Unidade, que comemora 16 anos nesta quinta (4), homenageia a passagem emblemática do profissional na década de 70
O único hospital de Búzios, que completa 16 anos nesta quinta-feira (4), carrega o nome de uma personalidade que marcou o município: o médico Rodolpho Périssé. Na década de 70, a cidade, que ainda era 3º distrito de Cabo Frio, recebeu o profissional carioca que tinha a generosidade em seu DNA. A escolha pela medicina foi inspirada pelo seu pai, que também exerceu boa parte da profissão na península.
“Meu pai foi uma pessoa especial. Só tenho boas lembranças. Um excelente médico que desde que começou a frequentar Búzios nos anos 70, sempre atendeu gratuitamente, junto com meu avô, também médico, todos os que necessitavam”, contou orgulhosa a filha de Rodolpho, Monica Périssé .
À época, os médicos vinham da capital para atender à população. Monica contou que as filas para consulta com ele eram enormes. “As filas chegavam a ter mais de cem pessoas que eram atendidas e recebiam os remédios necessários”, contou orgulhosa.
Quando se tratava de ajudar ao próximo, Rodolpho ia além e não media esforços. Ele chegou a hospedar muitos pacientes buzianos que precisavam de tratamento especializado em sua casa na capital.
“Quando percebia os casos mais graves e os pacientes eram encaminhados para o Rio e, eventualmente, se hospedavam lá em casa. Sonhava em se aposentar e vir morar em Búzios. Infelizmente, faleceu aos 61 anos, antes de ver este sonho realizado”, compartilhou a filha do médico.
A passagem de Rodolpho Périssé no município foi tão emblemática que o primeiro e único hospital da cidade é uma homenagem ao médico. Denominada como Hospital Municipal Dr. Rodolpho Perissé, a unidade foi inaugurada no dia 4 de novembro de 2005. O hospital fica localizado na Estrada dos Búzios.
Estrutura da unidade
O Hospital Municipal Dr. Rodolpho Perissé conta com um prédio de dois andares com 76 leitos e dispõe de centro cirúrgico, 8 leitos de cirurgia geral, 1 leito de pediatria cirúrgica e 2 de ginecologia; maternidade com 8 leitos de obstetrícia e 1 leito de UCI neo; 2 leitos de saúde mental, enfermaria com 28 leitos de clínica médica e 7 de pediatria clínica; unidade de isolamento com 2 leitos; salas de exames e pronto socorro. Em função da pandemia pelo COVID-19 foi estruturada uma ala com estrutura temporária que dispõe atualmente de 6 leitos de suporte ventilatório e 15 leitos de UCIa.
O local possui especialidades de cirurgia plástica, cirurgia geral, cirurgia vascular, ortopedia, neurocirurgia, proctologia, cirurgia aparelho digestivo, urologia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, medicina intensiva, clínico geral, médicos de emergência, cardiologia, dermatologia, gastroenterologia, pneumologia, neonatologia, anestesia e psiquiatria.
Obras de reforma e ampliação
O prédio está passando por reforma e ampliação com a construção do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), centro obstétrico, maternidade, leitos para saúde mental e do Centro de Imagem. A inauguração do CTI está prevista para este mês de novembro. Ele terá capacidade para aumentar mais 50% a capacidade de cirurgias, atenderá as mais complexas.
Segundo a Secretaria de Saúde, estão sendo realizados a substituição, modernização e ampliação da rede elétrica, a substituição de todo o piso (hoje em desacordo com as normas sanitárias), impermeabilização do telhado para solucionar diversos pontos de infiltrações e reformulação e modernização do sistema de segurança, prevenção e combate a incêndios, em consonância com as atualizações mais recentes da RCD 50 e demais normas de edificação e segurança vigentes.
Além disso, também está sendo realizada a adequação de espaço e equipamento para a implantação de 10 leitos de UTIa, com intuito de reduzir o tempo de espera por vagas, bem como evitar a necessidade de transporte do paciente para fora do Município. A sua implantação também viabiliza a realização de cirurgias de maior complexidade que dependam da retaguarda deste tipo de leito, além de contribuir para redução do déficit de leitos para toda a Região da Baixada Litorânea, uma vez que é habilitado para esse tipo de prestação de serviço.
Também está prevista a construção e equipamento de ala específica para abrigar um centro de imagens para atender as demandas ambulatoriais e hospitalares, oferecendo conforto e agilidade no atendimento e contenção de gastos.
E por fim, a ampliação da maternidade para uma capacidade de 12 leitos com a criação de um Centro de Parto Normal com cinco (5) leitos PPP. O investimento na maternidade, pretende a inversão da série histórica do indicador de proporção de partos normais, contribuir com a redução da mortalidade neonatal e promover práticas assistenciais, que visem a eliminação da violência obstétrica e valorização do processo natural do parto em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Humanização do Parto.
A justificativa da Secretaria de Saúde para a obra se dá “em razão dos 16 anos de funcionamento da unidade, que apresenta sinais importantes de deterioração natural pelo tempo e uso da edificação e dos equipamentos, bem como necessidade de adequação às normas técnicas de edificação, segurança e sanitárias vigentes”, explicou a diretora técnica do hospital, Priscilla Gasparetto Alves.
A diretora pontua ainda “o crescimento da população residente e flutuante, devido ao turismo, geraram aumento progressivo da demanda de internações e de outros serviços de saúde realizados na unidade (como o pronto atendimento e exames de imagem), culminando com a necessidade de adequação de espaços para atender às demandas de ampliação dos serviços”.
Priscilla Gasparetto salienta que o aumento da população residente no período de 2011 até hoje foi de 58% (quase 13 mil habitantes) e o aumento progressivo das internações ao longo dos anos. Este ano a unidade já realizou 2.015 internações, o que nos dá uma projeção de mais de 3.000 internações até o final deste ano, mesmo ainda em período de pandemia, com diversos serviços eletivos suspensos, na maior parte do ano.
Para agilizar essas prioridades está em processo de viabilização junto à Secretaria de Saúde do Estado a liberação de recursos que podem somar até 20 milhões de reais. Este financiamento possibilitará a construção da maternidade e do Centro de Imagem. Até o momento, as reformas estão sendo realizadas com recursos públicos municipais.