Batalha de Rimas aconteceu no bairro Manoel Corrêa nesta quinta-feira (5)
Vídeo de uma ação truculenta de agentes da Polícia Militar à uma Roda Cultural começou a circular na internet nesta sexta-feira (6). O evento foi interrompido após policiais efetuarem disparos de arma de fogo contra os participantes e equipamentos de som. O caso aconteceu na de quinta-feira (5) no bairro Manoel Corrêa, em Cabo Frio, e gerou indignação entre participantes e moradores. No vídeo gravado por um morador é possível ver o desespero das crianças e dos pais. Assista clicando aqui.
Segundo a nota oficial publicada nas redes sociais pelo grupo Batalha do Forte, que apoia a batalha de rimas em comunidades, os agentes justificaram a atitude com frases como: “Cultura é só na escola até as 18h”, “Rap é coisa de vagabundo e maconheiro”, “Lugar de criança é em casa e não na rua fazendo rap”. “Houve um abuso de autoridade por parte do GAT (Grupamento de Ações Táticas) com militares completamente alterados e despreparados. Abriram fogo para cima da roda cultural e equipamentos. O maior público presente na hora eram crianças entre 6 a 12 anos”.
De acordo com o grupo, o evento tem o objetivo dessas batalhas é “disseminar a cultura hip hop e dar maiores oportunidades para crianças e jovens da localidade”.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, um procedimento interno foi instaurado para apurar a situação ocorrida. Os policiais militares envolvidos na ocorrência estão sendo ouvidos na sede do 25º Batalhão, em Cabo Frio.
O escrito por Fábio Emecê, rapper, professor de português e ativista antirracismo, escreveu um artigo de opinião sobre o assunto, que foi publicado pela Prensa na manhã desta sexta-feira (6). O título é ” A Polícia não pode gerenciar a cultura Precisamos reagir”.
Segundo ele, há três motivos: “o primeiro pelo olhar sobre qualquer aglomeração de pessoas das favelas e periferias. Um olhar bem equivocado. Segundo porque não identifica manifestação x ou y como Cultura e terceiro porque a polícia só age assim porque não há assistência de nenhuma instituição governamental além dela mesma, nas favelas e periferias, se é que podemos chamar de assistência”.
No texto ele chama atenção para reflexão: “A pergunta é: O que a prefeitura de Cabo Frio e os órgãos de juventude, cultura, direitos humanos e igualdade racial têm a dizer sobre a atuação da Polícia Militar. Haverá mesmo a permissão de apenas a Polícia Militar ser a gerenciadora da cultura das favelas e periferias do município? Sem entrar no mérito do despreparo, a coisa é muito mais profunda e precisamos de respostas’.
As perguntas foram feitas à Prefeitura de Cabo Frio, mas, até o fechamento da reportagem, não houve respostas.
Assista o vídeo na íntegra:
Leia o artigo na íntegra: