Dois grandes nomes na defesa da democracia e na busca por entendimentos a favor do crescimento e desenvolvimento do Brasil, Guilherme Boulos, candidato a presidência pelo PSOL nas últimas eleições e o deputado federal eleito também pelo partido, Glauber Braga, estarão juntos em um encontro no centro do Rio, na próxima segunda-feira (11).
O Prensa aproveitou a oportunidade, durante o evento em defesa do deputado Jean Willys, primeiro exilado político do país durante o governo Bolsonaro, na noite desta quinta-feira (07) no Rio de Janeiro, e entrevistou o deputado que é natural de Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, e foi eleito com mais de 40.000 votos para o seu segundo mandato na Câmara Federal. Sobre o encontro e a importância de ter um nome como Guilherme Boulos no Rio de Janeiro, o deputado comentou:
“Fundamental receber Boulos aqui, ele teve um papel importantíssimo na última campanha eleitoral. Já desempenhava e desempenha um papel relevante para a política brasileira junto aos movimentos sociais, como liderança do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). Ele tem uma visão aguçadíssima sobre o cenário brasileiro e sobre formas de enfrentar as restrições que estão colocadas. Ouvir o Boulos é uma forma de se alimentar com boa informação crítica e ter energia para enfrentar com consistência tudo que vem pela frente”.
Sobre o posicionamento do parlamentar emrelação ao exílio de Jean Willys, deputado federal eleito, que decidiu deixar o mandato e o país por receber ameaças de morte, sem a devida atenção dos órgãos públicos, Glauber comentou:
“O Jean tem toda nossa solidariedade, vem sofrendo ameaças há muito tempo. Teve o reconhecimento da sua situação de vulnerabilidade por organismos internacionais, a partir dessas ameaças, e o estado brasileiro quando responde, desmerece aquilo que havia sido declarado por esses organismos, duvidando dessas ameaças, demonstrando que no Brasil se perdeu o grau de recurso. Precisamos do Jean como um simbolo de resistência, de vida, de luta. Não queremos o Jean como símbolo de algo que possa ser a representação da morte. Toda nossa solidariedade a esse posicionamento dele, que é mais um ato de coragem. Ele vai continuar militando, ainda que fora do espaço brasileiro, para que a gente possa superar a ampliação desse estado de exceção”.
Sobre o primeiro ano do governo Bolsonaro, Glauber opina:
“Esse primeiro ano de governo Bolsonaro ele vai procurar compatibilizar duas agendas, uma de desmonte do estado brasileiro nas suas garantias sociais, com “reformas” que prejudicam prioritariamente os mais pobres, como essa reforma da previdência já anunciada. Imaginem que ele está retomando a vulnerabilização de quem ganha Beneficio de Prestação Continuada (BPC) que é o pagamento de um salário mínimo, destinado aos idosos a partir de 65 anos e aos portadores de deficiência física, mental, sensorial ou intelectual. Essa proposta que vazou, do Paulo Guedes, é pior do que a reforma do Temer. E ele compatibiliza essa agenda de retirada de direitos com o ajoelhar-se para os Estados Unidos, com ampliação do estado penal punitivo, uma espécie de cortina de fumaça. Uma agenda tocada pelo senhor Moro, para dar sustentação à essa retirada de direitos. Com atos como autorização para matar, que é o que está no projeto apresentado publicamente pelo Moro. É preciso fazer um debate robusto, amplo e organizar a sociedade para enfrentar essas duas agendas”.
Por fim perguntamos ao deputado o que o interior do Rio, e a região serrana, espaços onde o Prensa tem procurado estar cada vez mais presente, com matérias relevantes e dando visibilidade a temas importantes, podem esperar com Glauber mais uma vez na Câmara.
“Do nosso mandato o Rio de Janeiro e interior do estado podem esperar a continuidade e a ampliação de um mandato de participação popular. Um mandato que não se constrói dentro de gabinete, mas que se faz em praça pública. Podem esperar um mandato de resistência a essas restrições e os ataques que já estão sendo feitos pelo governo Bolsonaro, um mandato defensor da educação pública, não só da educação publica, mas também, a partir de projetos de lei que venham a tramitar nacionalmente, procurando defender as garantias de professores, profissionais de educação e estudantes. E garantindo que Institutos federais, CEFETs e universidades tenham o apoio e a força necessárias para continuar desenvolvendo sua tarefa de natureza pública. Um mandato de articulações na região metropolitana mas com uma presença efetiva no interior do Rio de Janeiro, com certeza”.
Sobre o encontro
O encontro com Glauber e Boulos é aberto e acontecerá no gabinete do deputado federal, na próxima segunda-feira (11), na Av. 13 de maio, 13, 408 – Ed. Municipal – Centro – Rio. Acompanhe o evento na rede social facebook. Acesse Aqui.