Profissionais da Saúde, da Assistência Social e da Educação se reuniram na tarde desta quinta-feira, 28, para trabalhar e debater ações relacionadas ao combate e prevenção ao suicídio. As palestras sobre a temática aconteceram na Escola Municipal Francisco de Assis Rangel, no Parque Zabulão.
Os profissionais aprenderam sobre o suicídio como problema de saúde pública e as diferentes fases da vida em que há mais registros de tentativas de suicídio. Também debateram sobre a importância do acolhimento, da escuta, da observação de mudanças de comportamento e do fortalecimento de vínculos.
Durante este mês, a Campanha Setembro Amarelo alertou sobre a necessidade de conscientização a respeito da prevenção ao suicídio e sobre a prática no Brasil e no mundo. Este ano o tema o tema foi “Se precisar, peça ajuda”, ressaltando que a melhor forma de se evitar um suicídio é por meio de diálogos e discussões que abordem os transtornos mentais.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, mais de 700 mil pessoas morrem por ano no mundo devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
A OMS também estima que o suicídio pode ser evitado em 90% dos casos e que, em 80%, as pessoas comunicam que estão desistindo de viver e, de alguma forma, pedem socorro.
O secretário de Saúde, Denilson Santa Rosa, falou sobre a importância de trabalhar de modo intersetorial.
“Essa é uma temática muito sensível, uma tabu na sociedade, mas precisamos de debates no dia a dia. A união das secretarias também é importante para que soluções possam ser pensadas de forma intersetorial e que aconteçam ações efetivas de conscientização e combate. O suicídio está cada vez mais perto de todos nós e, nestas horas, o acolhimento é essencial e faz toda diferença. Também é importante lembrar que nenhum paciente chega na unidade para passear e cabe aos servidores estarem atentos e ouvir com carinho suas demandas, isso faz toda a diferença”, destacou o secretário Denilson.
O secretário de Educação, Maurício Henriques, falou sobre todos das unidades escolares estarem atentos aos detalhes.
“Temos cerca de 23 mil alunos distribuídos nas 49 unidades escolares. Nós, educadores, precisamos falar sobre esse tema e estar atentos aos nossos estudantes. Os professores que lidam cotidianamente com os estudantes têm a capacidade de notar a mudança de comportamento e essa sensibilidade é necessária para evitar desfechos trágicos”, falou.
Segundo o secretário de Educação, a temática tem surgido de forma avassaladora nas unidades escolares.
“Os casos que acompanhamos mais de perto são os de adolescentes. A educação trabalha com a prevenção, combatendo o bullying que pode ocasionar um suicídio”, explicou.
A subsecretária de Assistência Social, Rosimara Valadares, destacou que pensar na proposta desta capacitação é muito importante. “Nós lidamos com o ser humano e suas singularidades. A temática é cada vez mais uma questão de saúde pública e precisa estar no nosso planejamento de ações. O processo de adoecimento da atualidade tem gerado consequências que podem resultar no suicídio e os números assustam. Não podemos cruzar os braços diante destes dados, precisamos cuidar da saúde mental, estar atento aos sinais, afinal, ninguém consegue medir a intensidade da dor do outro. Falar sobre o tema é necessário, saber identificar possíveis sinais e promover espaços de ajuda para evitar a ação de suicídio”, ressaltou.
Dados – A notificação de violência autoprovocadas, que inclui a tentativa de suicídio e automutilação, é obrigatória, desde 2011 no Brasil . As tentativas de suicídio são de notificação compulsória, ou seja, 24h após o primeiro atendimento.
Neste ano, de janeiro a setembro, segundo os registros da Secretaria de Saúde de Rio das Ostras, foram 210 notificações de tentativa de suicídio na Cidade. De acordo com os dados da vigilância epidemiológica, 80% de todos os casos são de pessoas do sexo feminino.
Os adultos entre 20 a 59 anos, foram a faixa etária mais alarmante, registrando 167 casos correspondendo a 72,8%, 51 casos de adolescentes entre 10 e 19 anos e 6 casos de idosos acima de 60 anos.