Fim do ensino híbrido foi publicado no Decreto Estadual nº 47.801 no Diário Oficial
As aulas 100% presenciais da rede estadual de ensino retornam na próxima segunda-feira (25). O anúncio foi feito pelo Governo do Estado na quarta-feira (20), quando foi publicado o Decreto Estadual nº 47.801 no Diário Oficial. Mas a decisão pelo fim do ensino híbrido (presencial e remoto) não está sendo bem aceita pela comunidade escolar. Em entrevista à Prensa, o Sepe Lagos explica os motivos do colegiado ser contra a decisão do Estado, que vão do risco de contágio por falta da conclusão do calendário vacinal à problemas estruturais das unidades.
“Apesar da política genocida do Governo Federal, cerca de 85% dos trabalhadores da educação estão vacinados com a segunda dose. No entanto, este não pode ser o único critério para a retomada total das aulas presenciais. Ainda estamos num momento de muitas incertezas com a variante Delta e outras mutações do coronavírus que preocupam toda a comunidade científica”, disse o colegiado.
A falta de segurança sanitária das escolas estaduais é um outro ponto abordado pela instituição. “A esmagadora maioria das unidades de ensino não passaram por quaisquer adaptações de sua infraestrutura para a melhoria da ventilação dos ambientes, o aumento do número de banheiros e lavabos, a garantia de distanciamento físico em refeitórios e demais dependências escolares, dentre outras omissões. Além disso, o Governo Castro se nega a fornecer de EPIs com eficácia comprovada para a garantia de proteção respiratória, como as máscaras PFF2, a todas as comunidades escolares”.
O sindicato lembrou que existem exemplos concretos de que o retorno à presencialidade é fator determinante para a disseminação do coronavírus. O colegiado deu exemplo recente do Reino Unido, país que após suspender as medidas sanitárias de prevenção e controle de contágios se tornou o segundo do mundo em novos casos de COVID-19, afetando sobretudo a saúde de crianças e adolescentes.
“Por isso, a direção colegiada do Sepe Lagos opina que não faz sentido jogar por terra todo o esforço empreendido por professores, funcionários, alunos e responsáveis na manutenção do ensino híbrido como forma de evitar o aumento dos contágios”, disse.
O Sepe Lagos também ressalta essa retomada a poucos meses do término do ano letivo. “O sindicato ressalta que a forma caótica e improvisada com que o retorno está sendo imposto, no meio do bimestre e com menos de 3 meses de aulas pela frente evidentemente trará prejuízos pedagógicos para os alunos. O governo deveria estar focado em garantir as intervenções necessárias na infraestrutura das escolas e em universalizar o acesso dos alunos a dispositivos digitais (como tablets e notebooks) e conexão à internet para que as aulas remotas possam acontecer com a maior eficácia possível para todos os alunos”, finalizou.
Reunião Sepe RJ
Na tarde de quinta-feira (21), a direção do Sepe RJ esteve presente na Secretaria de Estado de Educação RJ (SEEDUC) para levar uma série de questionamentos sobre o retorno total da rede estadual às atividades presenciais.
O Sepe RJ questionou o fato da pandemia ainda não ter acabado e destacou o risco de contágio, ainda que a vacinação tenha avançado e os índices da pandemia esteja diminuindo. Também destacou os problemas estruturais de muitas escolas que não têm espaço físico adequado para receber um grande contingente de pessoas na atual situação sanitária.
Está agendada para o dia 28 de outubro uma nova reunião com a Secretaria para tratar sobre outros assuntos da nossa pauta de reivindicação, como a campanha salarial, 1\3 de planejamento, reclassificação das escolas, SAEB, auxílio tecnológico, pagamento do Nova Escola, entre outros. No dia 30 de outubro (sábado), às 14h, haverá assembleia geral on-line da rede estadual – clique aqui para se inscrever.