Sem uma organização central, grupos se organizam para realizar uma ação na próxima segunda-feira (7)
A decisão da Secretaria de Educação de Búzios em retomar o ano letivo de 2022 no formato remoto surpreendeu pais e responsáveis de alunos nesta quarta-feira (2). Indignados com o comunicado, eles estão se articulando e alguns chegaram a entrar individualmente com uma representação no Ministério Público Estadual (MPRJ) contra a decisão do município. O Coletivo Por Nossos Filhos, um dos primeiros movimentos de pais do município, está se organizando para que essa representação também seja feita coletivamente.
Em grupos de WhatsApp e Facebook a comunidade escolar, liderada por alunos secundaristas, está se programando para um ato na próxima segunda-feira (7), data programada para retorno das aulas remotas, às 10h, em frente ao Colégio Municipal Paulo Freire.
Segundo o município, a previsão para o retorno presencial dos alunos às unidades escolares, de forma presencial, é o dia 7 de março. A decisão foi tomada por meio de um colegiado que esteve reunido na segunda-feira (31) e analisou os dados relacionados à nova variante Ômicron, que circula pelo município. A decisão final foi por manter o ensino remoto no primeiro momento do retorno das atividades. A Comissão de Protocolo Sanitário de Retorno das aulas presenciais, é formada pelas Secretarias de Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e de Administração, pela Vigilância Sanitária e Epidemiológica, pelos Conselhos Tutelar e Municipal de Educação, além da Comissão da Educação do Poder Legislativo e Procuradoria.
Nas redes sociais do município as críticas são diversas, inclusive nas páginas oficiais da pasta.
“Que absurdo!!! E as crianças sendo prejudicadas MAIS uma vez, disse um internauta.
“Absurdo! Um grande desrespeito com nossos filhos! Não duvido chegar o dia 07/03 e decidirem continuar o resto ano “remotamente” Cidade lotada, bares, festas tudo funcionando normalmente só escola pública que não pode???”, disse outro internauta.
A decisão também recebeu críticas na Câmara Municipal. Durante o seu tempo de uso da tribuna na sessão desta quinta-feira (3), o vereador Raphael Braga disse que adiar a retomada de aulas presenciais é “pura incompetência do governo”.
“Nós recebemos ontem, de forma inesperada, a informação que as aulas presenciais serão adiadas, por cuidados sanitários devido à nova variante. Isso parece uma brincadeira, parece que o povo é bobo! Nós tivemos um tempo de festas e tudo foi flexibilizado, a vacinação avançou muito, os leitos estão quase vazios e agora estão adiando a volta às aulas por conta da variante? A verdade é que isso é pura incompetência. Eles que não fizeram o dever de casa no tempo certo. É incompetência porque tinham tudo para arrumar as escolas e não arrumaram!”, disse o parlamentar.
Outro ponto levantado por Raphael e que também é dúvida dos quase 800 responsáveis é pela Escola Municipal Nicomedes Theotonio Vieira, que está parada por conta de problemas estruturais, interditada pela Defesa Civil há mais de um ano. Apesar da licitação para início das obras, o município não informa o andamento dos trabalhos, deixando os pais preocupados. Para o ano letivo de 2022 estavam programadas aulas em módulos, que seriam instalados em um terreno em Manguinhos. Mas nos últimos dias têm surgido comentários de aluguel, ou até mesmo empréstimo, de um prédio como alternativa, mas até o momento a comunidade aguarda respostas oficiais.
Uma fonte da Prensa informou que circula entre os pais a informação de que as aulas não aconteceriam de forma remota, como ocorreu em 2021. Na verdade, seriam confeccionadas apostilas para os alunos que deverão preencher e devolvê-las no dia 7 de março, quando do retorno presencial. O jornal Folha de Búzios anunciou, no início da tarde, uma entrevista nesta quinta-feira (3), às 20h, com o subsecretário de Educação, Maycom Siqueira, para tratar do assunto.