“Criador de caso, chefe da baderna e líder do caos social e econômico brasileiro”, disse o candidato à presidência da República
O pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, esteve em Cabo Frio no sábado (25) para uma palestra sobre economia e política no Brasil. A agenda que tem sido realizada por todo o país começou com a plantio de mudas de árvores nativas na Praça Porto Rocha, seguida de visita à Igreja Nossa Senhora de Assunção e finalizada com a palestra na Associação Atlética Cabofriense. O trajeto foi conduzido pelo prefeito José Bonifácio e contou com a presença de lideranças municipais e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, da deputada estadual Martha Rocha e do ex-deputado Miro Teixeira. Durante o trajeto, Ciro conversou com os jornalistas e fez críticas ao governo e ao atual presidente Jair Bolsonaro, e falou sobre alguns projetos que tem para o país, caso seja eleito em 2022.
Segundo Ciro Gomes, Jair Bolsonaro não tem as características dos presidentes brasileiros que terminaram seus mandatos, Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Lula, e disse duvidar que o chefe de Estado consiga se manter no cargo até o fim.
“Qual é a característica desses três presidentes? Capacidade extraordinária de diálogo, de contemporizar o antagonismo, de aliciar adversários, até na conta de subornos, e o Bolsonaro é totalmente o oposto. Se Bolsonaro estiver de um lado de uma calçada e ver uma casca de banana do outro ele atravessa a rua e vai pisar. É um criador de caso, virou chefe da baderna e o líder do caos social e econômico brasileiro. Me parece que ele vai mais para linha da história daqueles que ou renunciaram ou foram impedidos ou se suicidaram”, opinou.
Questionado pela Prensa sobre o plano de governo para evitar a dependência do petróleo, Ciro destacou a necessidade do Brasil de um projeto nacional de desenvolvimento com planejamentos setoriais para evitar crises no setor energético. “Agora, dia 15 de outubro, as turbinas brasileiras passarão a gerar lama, porque chegaremos ao nível crítico de 10% abaixo das grandes barragens. Isso evidentemente é representativo de uma falta absoluta de estratégia. E eu diria a você que está praticamente quase tudo errado”, disse o pré-candidato.
Ainda de acordo com ele, é preciso garantir que não se privatize a Eletrobrás, porque nenhum país do mundo entrega ao capital privado e estrangeiro o seu regime de águas, e ressaltou que Brasil precisa avançar de forma acelerada na diversificação do perfil de energia fora das térmicas antigas que são muito caras e poluentes.
“É preciso explorar bem o que nós fazemos no Ceará, desde que eu fui governador, com investimento em energias alternativas, a eólica, que é mais barata que a hidráulica, e a energia solar. Para isso é preciso preparar um complexo industrial para que o brasileiro aproveite isso, e o marco regulatório tributário, que também está errado. Isso foi feito no passado, quando o mundo inteiro cobrava a tributação do consumo na ponta, Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Como São Paulo não era geradora de energia e nem tinha petróleo, nós cobramos por destino. Mas vamos resolver isso também”.
Na entrevista, Ciro disse que o que atrai recursos para o interior é a qualidade do projeto, mas esclareceu que o sistema tributário e de repartição de receita que hoje é praticado no país é o oposto ao que diz na Constituição de 1988. “Isso aconteceu porque o governo explodiu a despesa com juros, para você ter uma ideia cada 1% da selic vai custar cerca de R $69 bilhões. Eles não deixam sequer o povo saber que isso é dinheiroda saúde, da educação, da internacionalização da infraestrutura, tão necessária. É preciso consertar com a reestruturação das dívidas de todos os estados e municípios. Eu tenho a solução para isso”.
Na ocasião, o pré-candidato foi perguntado pela imprensa qual seria o seu primeiro discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), se for eleito. Prontamente respondeu que irá anunciar que o Brasil estará de volta à comunidade internacional com a não intervenção em assuntos domésticas, as soluções pacíficas dos conflitos, a necessidade que a humanidade construa uma ordem multilateral assentado no direito e não violência das potências, que buscará um esforço de superação do atraso econômico e social.
“Pediremos que a inteligência tecnológica não se concentre nas mãos de poucos bilionários e que o Brasil possa partilhar para o seu povo nas conquistas da tecnologia moderna, da economia do conhecimento, e pedirei que o regime de financiamento seja rebelde as interdições toscas do sistema financeiro internacional. O Brasil dirá ao mundo ainda por derradeiro que: ‘se alguém quer conhecer um exemplo de como um país se desenvolve protegendo a sua natureza, que venha aprender conosco’”.
Sobre agregar os jovens ao governo, Ciro Gomes deu um panorama da situação da juventude no país com desemprego e falta de oportunidades. Segundo ele, a partir do diagnóstico é preciso consertar com a mudança do modelo de governança. “O jovem é a saída, é vetor da linha de frente, porque o jovem brasileiro já percebeu também que a governança política do país é a mesma coisa. Se você olhar muda tudo para não mudar nada. É o modelo econômico e o modelo de governança que está mandando no Brasil há 30 anos”.
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