Depois de viralizar nas praias de Búzios, como Geribá, Ferradurinha e Tucuns — e até marcar presença no programa “É de Casa”, da TV Globo — a Família Surf Dog se tornou sinônimo de carisma, aventura e conexão com os animais. Em entrevista exclusiva à Prensa, o empresário e educador físico Ivan Quintães contou como tudo começou: com uma prancha de stand-up paddle, uma ideia simples de se exercitar e um labrador chamado Bono. Hoje, ele e sua esposa, Camila Tani, compartilham as ondas com quatro companheiros de quatro patas: Bono, Cacau, Muqueca e Bali.
Equipados com coletes salva-vidas, os cães não apenas participam, mas protagonizam manobras em pleno mar, encantando quem assiste. Ivan nos recebeu para uma conversa em que falou com emoção sobre conquistas, cuidados, perdas e, principalmente, sobre o amor que move a Família Surf Dog.
Prensa de Babel – Como surgiu a ideia de surfar com um cachorro? Foi algo planejado ou aconteceu de maneira natural?
Família Surf – Foi super natural. Eu cresci no meio do surf, no Rio. Meu pai, aos 74 anos, ainda pega onda. Quando o Bono subiu na prancha pela primeira vez, eu estava começando a remar com uma prancha de stand-up, só pra fazer uma atividade física. Estávamos em Búzios, na Praia do Forno. Ele me seguiu nadando, e quando chegou perto, puxei pra cima da prancha. Ele sacudiu, abanou o rabo e ficou ali, todo feliz. Dali pra frente, não paramos mais.
PB – Você e o Bono já conquistaram títulos internacionais. Como foi participar de campeonatos de surfe para cães?
FS -Inacreditável. Descobrimos o campeonato mundial na Califórnia e fomos com ajuda de amigos. Era um megaevento, com tendas, torcida e até aviãozinho com faixa. A gente chegou com uma canga e uma bandana do Brasil. O Bono se jogou, brincou com os outros cães, e quando começou a competição, fomos passando as baterias até ganhar a final na categoria tandem. Aquilo explodiu! Nunca imaginei.
PB – Hoje vocês têm mais cães surfistas. Como foi incluir os outros integrantes na rotina?
FS – Temos três surfistas: Bono, Cacau e Muqueca. O Bali, nosso Bull Terrier, faleceu com câncer — até tatuei ele no braço. A Cacau é filha do Bono, foi pro mundial ano passado e ganhou quatro ouros e um bronze! A Muqueca a gente resgatou na Bahia, e ela ama surfar, mas é mais do free surf mesmo. O Bono, com quase 15 anos, aposentamos. A gente respeita muito os limites deles.
PB – Quais os principais cuidados que vocês têm ao levar os cães pro mar?
FS -Eles são tratados como membros da família. Estão com todas as vacinas, usam coleiras contra leishmaniose, remédios e protetor solar no focinho — sim, cachorro pode ter câncer de pele. Os coletes ajudam a puxar eles e oferecem segurança na flutuação. Mas acima de tudo, eles já têm um histórico de natação e adaptação ao mar.
PB – Como vocês lidam com a visibilidade nas redes e o carinho do público?
FS – A gente ama! Já são mais de 13 anos de história com o Bono. Foram campeonatos, duas vezes no Guinness, e oito anos como embaixadores da Casa Ronald, fazendo terapia com crianças com câncer. Fizemos série no Canal OFF — foi recorde de audiência — e viajamos o Brasil de carro, encontrando o público. É emocionante demais ver esse carinho todo.
PB – Qual conselho você daria para quem quer incluir o pet em atividades ao ar livre?
FS – Cuide da sua saúde junto com a do seu pet. Atividade física é um dos pilares da saúde animal. Mas tem que ser com responsabilidade: horários frescos, chão adequado, observar sinais de cansaço. A ideia é curtir juntos, com segurança.
PB -E por fim, como você define a Família Surf Dog?
FS – Somos uma família amante da natureza e dos animais que tem o privilégio de compartilhar a vida com nossos anjinhos de quatro patas.