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Quando tiros são mais importantes que nascimentos

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No primeiro dia do ano, em casa, com os meus filhos, após uma virada tranquila na praia de Geribá, recebi uma atualização sobre um tiroteio que acabou com um homem morto e outro ferido no Réveillon. Na mesma praia, ao lado de onde estávamos.

Como jornalista, logicamente enxerguei a história e escrevi a matéria. Para minha surpresa, cinco minutos depois de postado, o texto já tinha um alcance maior do que o da semana inteira no site. Além de ter viralizado e repercutido em diversos outros veículos.

Qualquer jornalista teria comemorado, já que tudo que um comunicador quer é ser lido. Não eu. Sentei na cama e pensei por longos minutos sobre o que tem importância para os leitores dessa nova década e da que finalizamos no último dia 31. Senti desânimo, como se de alguma forma estivesse colaborando para que pautas como essa tivessem espaço.

Não pense que durou mais do que alguns minutos esse pensamento, foi rápido e segui com a vida. Afinal, a vida seguiu com um sol lindo no céu, uma piscina com crianças sorridentes e mais quatro dias de folga pela frente. Aproveitei.

Na quinta-feira sentei pra escrever de novo. Sim, no dia de folga eu quero escrever de novo. E fui procurar uma pauta que me fizesse feliz naquele novo dia de sol, no meio tempo em que lavava as roupas e cuidava da casa. Nasceu uma pauta fofa, o nascimento do primeiro bebê da década em Búzios.

Escrevi, consegui foto, uma bebê fofa com bochechas rosadas, que nasceu bem, amada pelos pais e com saúde. Que pauta deliciosa, que felicidade em escrever sobre felicidade. Comentei com o Victor, meu marido: “Ah amor, acho que essa vai render também, leve e alegre pra um começo de ano”. Confesso que elevei demais as expectativas sobre o texto. E não rendeu nem 10% das visitas da matéria dos tiros.

O que motiva as pessoas terem mais interesse por tiros e morte do que por nascimentos e felicidade? A culpa será nossa que seguimos dando maior destaque à violência do que ao que é bom e positivo? Ou será o ser humano em sua natureza mais interessado no que é violento? Não tenho essas respostas.

O Prensa nasceu com o desejo de dar visibilidade a quem não tem, de praticar um jornalismo ético e coerente (na verdade nem podemos dizer que possa existir jornalismo sem ética e coerência), ocupando espaços que os grandes veículos ou os mais sensacionalistas não querem ocupar. Difícil, na verdade dificílimo. E caro. Mas a gente segue tentando, porque só nos resta seguir.

Apesar de todas as notícias de violência que nos alcançam todos os dias nas timelines da vida o mundo é bem melhor do que parece. Então, da próxima vez que aparecer uma matéria inspiradora, bonita e que traga felicidade, experimente clicar. Pode até seguir lendo as de tiroteio, mas gaste o mesmo tempo com as demais. Vai valer a pena, eu garanto.

Que sejamos melhores em 2020.

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