Atualmente, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), temos 7,337 milhões de jovens brasileiros subutilizados, o maior número já registrado desde 2012. Com mais gente em busca de uma vaga, as entrevistas também tendem a ter um maior grau de exigência. Por isso, para conseguir se destacar, o autoconhecimento é essencial. Contudo, diante desse contexto, todos sabem vender seu peixe? A última pesquisa realizada pelo Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios, entre 27 de maio e 7 de junho, investigou o tema. Assim, a pergunta: “Quais são seus pontos mais fortes?” foi feita a 41.862 participantes. O resultado trouxe um panorama sobre a visão da juventude.
O levantamento ocorreu com indivíduos de 15 a 28 anos e apontou como principal qualidade a “proatividade”, escolhida por 49,50%, ou 20.720 entrevistados. Para a analista de treinamento, Nicole Tavares Crespo, a competência é primordial e valorizada no mercado de trabalho. “Sem dúvidas, quando identificada durante o processo seletivo pode realçar o candidato. Afinal, ela engloba a capacidade de antever problemas, identificar oportunidades, combinada a iniciativa de criar e efetuar as soluções”, explica. Para quem não se vê com esse dinamismo todo, a dica é entender o sistema como um todo. “Veja como o empreendimento funciona, qual o ponto de encontro das atividades e setores, o sentido dos procedimentos. Com isso, será mais fácil propor inovações”, assegura.
Para 26,93% (11.275) a “humildade” é seu carro chefe. A vantagem da modéstia é a possibilidade de estar sempre aberto às críticas, para conseguir traçar um plano de melhoria. “Ela dá o caminho para assumir uma postura de aprendiz. Ao surgir um novo desafio, é válido saber quais ações são possíveis e quando será preciso solicitar ajuda. Da mesma forma, faz toda diferença aceitar o fato de, inevitavelmente, cometer falhas e aprender com elas”, enfatiza a especialista.
Ainda na visão de 13,27% (5.554) seu destaque está na “solidariedade”. A habilidade vai muito além de reconhecer alguém ou um grupo almejando auxílio. Significa, principalmente, entender a responsabilidade com o outro. “Esse processo de se colocar como parte e praticar a empatia, pode abrir portas. Afinal, um profissional engajado, com potencial de reconhecer as necessidades de quem está ao redor, se propondo solucioná-las, pode ser um ótimo membro de equipe e trazer bons resultados ao negócio”, comenta.
Há também quem utilize como recurso chave a “intuição”. Essa foi a resposta de 5,32% (2.225). Apesar de não existirem estudos comprovando a relação entre instinto e sucesso profissional, algumas pesquisas já observam a característica como um ponto em comum entre os vitoriosos, como Steve Jobs, por exemplo. “Sua utilização permite estar mais atento a você mesmo, ao ambiente e ao entorno. Isso desenvolverá a autopercepção e será uma aliada ao pensamento lógico”, ressalta Nicole.
Por fim, 4,99% (2.088) deram ênfase à sua “competitividade”. Ela é significativa para motivar a saída da zona de conforto, potencializando a melhoria contínua. “No entanto, precisa estar focada no crescimento de cada um, oportunizando atingir objetivos e superar-se sempre. Não deve se transformar em um conflito pessoal, ou de manipulação e falta de ética com os parceiros do time”, diz a analista.
Para quem procura uma vaga, Nicole ainda recomenda a atualização constante e o desenvolvimento da criatividade. “O indicado é seguir blogs, ler jornais, ir em eventos e ficar por dentro dos acontecimentos recentes tanto em relação ao ambiente corporativo, quanto do mundo em geral. Afinal, isso certamente fará diferença ao propor sugestões e facilitará pensar fora da caixa”, finaliza.