O debate online aconteceu entre o pré-candidato a prefeito de Macaé, Igor Sardinha e ex-secretário de Proteção Animal do município do Rio de Janeiro, Vinicius Cordeiro e o militante da proteção animal e pré-candidato a vereador, Rafael Amorim
A importância de políticas públicas de proteção animal foi o tema do debate virtual entre o pré-candidato à prefeitura de Macaé, Igor Sardinha (PT), o ex-secretário de Proteção Animal do município do Rio de Janeiro, Vinicius Cordeiro e o militante da proteção animal e pré-candidato a vereador, Rafael Amorim. O encontro on line que aconteceu na noite desta quinta-feira (25), abordou a transversalidade do assunto, que deve integrar as áreas da saúde, meio ambiente, mobilidade urbana e educação.
Os três concordam que são os governos que devem nortear as ações para a proteção animal, definindo diretrizes à sociedade civil, que é engajada na causa em Macaé. Entretanto, a ausência de políticas públicas estadual e municipal votadas à proteção animal foi apresentada como obstáculo a ser superados pelos próximos gestores.
Para Igor Sardinha, é necessário assumir o compromisso de transformar em políticas públicas esta bandeira da sociedade.
“O tema é tão relevante que houve pressão social para que os pets shops fossem considerados serviço essencial durante a pandemia de covid-19. Esse já é um setor importante para a economia das cidades”, observa.
Esta matéria envolve controle de vetores de zoonoses e até a prevenção de acidentes em vias públicas. O ex-secretário de Proteção Animal do Rio, Vinícius Cordeiro, lembra que o problema com equinos na mobilidade urbana de Macaé é constante e cita também a relevância de cuidados com as faunas marinha e silvestre. Ele reforça a necessidade da parceria entre governo e sociedade civil para se obter avanços, mas que isso passou a ser desestimulado com o enfraquecimento dos conselhos públicos. Vinicius trata ainda do aumento do número de infecções por raiva animal, entre outras zoonoses.
“É uma política indispensável e que dialoga com a nossa compreensão de que não dá para ser uma sociedade que se diga civilizada se há maus-tratos aos animais”, reforça.
Vinícius e o criador do movimento “Faça mais pelos animais” em Macaé, Rafael Amorim, estão de acordo também que os recursos são cada vez mais escassos para a área e que há um desmonte das políticas do setor nos últimos anos.
Rafael, que milita há 12 anos pela causa, ressalta a falta de fornecimento pelo governo do estado de vacina antirrábica, desde 2019, o que apresenta um risco à saúde pública.
Rafael cita o levantamento feito pelo seu grupo que verificou que 97% dos animais domésticos da Região Serrana de Macaé não eram castrados e também a realização de uma campanha para castração animal nos distritos de Macaé com o apoio do governo do estado.
“O que houve foram ações pontuais que surtiram algum resultado (…) hoje, a política pública que se pode exercer custa menos do que uma prótese ortopédica depois de um acidente envolvendo um veículo e um animal… Se for colocar na balança, não se pode dizer que se está pensando mais nos animais do que nas pessoas. Nós estamos pensando em ambos”, diz.
O militante espera compromissos públicos que garantam programas de castração e atendimento veterinário a preços acessíveis; educação para a proteção animal nas escolas; o engajamento da Guarda Ambiental como poder fiscalizador e o envolvimento de outros órgãos públicos.