Bate-papo orientou pais, cuidadores e educadores sobre prevenção e identificação dos sinais de abuso sexual
A Violência Sexual Infantil aflige milhares de crianças todos os anos no mundo. Uma das formas de prevenir é estar atento aos sinais esboçados por elas. O papel dos pais, cuidadores e educadores na prevenção e identificação dos indicadores de abuso sexual foi pauta, na quinta-feira (24), de uma live do Projeto Papillon, idealizado pela advogada Shênia Mendes. A convidada para o bate-papo foi a professora e orientadora educacional, Markelly de Almeida.
Na abertura da live Markelly explicou a diferença entre abuso sexual e exploração sexual. De acordo com a orientadora, o primeiro trata de toque físico, estímulos da fala e imagens; já a segunda está ligada a comercialização da prática sexual. Ambos os atos independem do gênero e são realizados por adultos homens ou mulheres e adolescentes. Como o assunto é abrangente a live tratou somente dos abusos sexuais.
A orientadora educacional lembrou que a maioria dos abusadores são parentes próximos que têm convívio frequente com o menino ou a menina, e destacou que as crianças dão alguns sinais, por isso a importância dos país, cuidadores e educadores estarem atentos e buscarem conhecimento sobre o assunto.
“Os abusos ocorrem em maior parte em crianças de 1 a 5 anos de idade. Os responsáveis devem ficar atentos a queixas de ardências, sangramentos, assaduras, recusa a um adulto, tentativa de esconder as partes íntimas. Esses são alguns dos indicadores de que pode haver algo de errado que mereça atenção”, destacou Markelly.
A advogada Shênia Mendes complementou alguns outros sinais, mais comuns em crianças de 5 a 13 anos de idade, tais como: não querer se alimentar, não querer estar em determinados locais com pessoas específicas, prostração e até depressão. Ela lembrou da importância de ensinar as crianças a ter independência para fazer suas próprias atividades de higiene para evitar que outras pessoas tenham acesso ao corpo da criança.
“A violência por si só já é degradante, a sexual mais ainda. Nós temos um papel como sociedade de estarmos antenados as medidas de prevenção. Ensinar os filhos a nomear as partes íntimas e fazer com que ela entenda que aquela região não pode ser tocada por qualquer pessoa e, inclusive, explicar quem pode cuidar”, orientou a advogada.
No caso dos educadores é preciso ficar atentos ao comportamento das crianças. “A criança começa a não produzir pedagogicamente e a gente acha que é uma questão cognitiva, mas na verdade ela não se desenvolve, porque pode estar sendo vítima de algum abuso que está mexendo com psicológico dela e a fazendo se sentir culpada ao ponto prejudica o desempenho. É preciso destacar ainda que o abusador ainda coloca a criança numa situação complicada quando a obriga a não contar para ninguém o ocorrido. Isso pode causar uma introspecção na criança”, destacou Markelly.
A live completa está disponível no Instagram da Shênia Mendes. Toda terça e quinta-feira, a partir das 20h, tem assunto relevante sendo debatido nesse perfil, por meio do Projeto Papillon.
Disque 100
Dados do Disque 100 apontam um recebimento de 95,2 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes em 2020. Os registros corresponderam a 368.333 violações e incluem violência física, psicológica, abuso sexual físico, estupro e exploração sexual. Não se cale, se souber de algum caso de abuso, denuncie ao Disque 100.
Sobre o Projeto Papillon
O Projeto Papillon nasceu após um momento de superação da advogada criminalista, Shênia Mendes. Ela enfrentou problemas de depressão e complicações na saúde em virtude da obesidade. A pratica de exercícios do crossfit mudou a vida dela. Sua história de superação inspirou os amigos e muitas pessoas começaram a procura-la para pedir ajuda e compartilhar suas dificuldades.
“Eu senti que precisava criar uma forma de acolher as pessoas, de incentiva-las, seja na perda de peso ou na superação de dificuldades emocionais. Eu comecei a gravar áudios motivacionais, vídeos e a compartilhar por lista de transmissão no WhatsApp. Foi aí surgiu o projeto”, contou Shênia.
Papillon em francês significa borboleta. Esse nome foi escolhido por remeter à transformação, metamorfose. O projeto foi criado em abril de 2020, bem no início da pandemia do coronavírus, quando muitas pessoas desenvolveram ou ativaram problemas emocionas e familiares. Em agosto de 2020, o projeto se voltou para a causa da Violência Doméstica e Familiar e consiste na produção de conteúdo para orientação, acolhimento e despertamento de relacionamentos abusivos.
Atualmente, são 28 parceiros, entre advogados, médicos, psicólogos, pedagogos, orientadores educacionais, assistentes sociais, fisioterapeutas, educadores físicos contribuindo nas lives semanais.