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Professores e pesquisadores do GT Covid-19 da UFRJ Macaé afirmam que doença ainda está na fase de avanço no município

Cidade Universitária, Funemac. Data: 27/07/2015. Foto: Rui Porto Filho

Nesta segunda-feira  (20), segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de Macaé, o município chegou a 102 mortes causadas pelo novo coronavírus. Os casos confirmados são 4.819 e 3.584 pacientes foram recuperados.

Professores e pesquisadores do GT (Grupo de Trabalho) de Enfrentamento à Covid-19 da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) campus Macaé afirmam que a doença ainda está na fase de avanço na cidade. De acordo com o professor e doutor em física, Habib S. Dumet Montoya, que integra o GT Covid-19 da UFRJ Macaé, em base a um recente estudo do GT, a situação da doença em Macaé, quando comparada a países como Nova Zelândia e Vietnã, sugere ainda uma fase de crescimento.  “Nessa comparação, normalizamos o número de casos da localidade analisada, para que todas fiquem na mesma escala, apesar das eventuais diferenças populacionais e na data de início do surto ou  do registro do primeiro óbito”. 

Gráfico, criado por Jhulian Marotti Mello, estudante do terceiro período do curso de Engenharia da UFRJ Macaé.

No Vietnã e Nova Zelândia, onde os surtos começaram no dia 24 de janeiro e 28 de fevereiro, respectivamente, houve sucesso no controle da pandemia do novo coronavírus. “É possível que uma doença pandêmica seja controlada”.  Em Macaé, o primeiro caso da Covid-19 foi registrado e notificado no dia 27 de março.

Tanto na Nova Zelândia e no Vietnã, as curvas de casos confirmados, ou de mortes, cresceram relativamente rápido,  mas após um certo tempo, diferente em cada modalidade, atingem um platô ou algo próximo disso. “Este fenômeno ocorre porque a entrada de casos novos é nula ou baixa, mostrando uma estagnação da doença, provavelmente tendo um número de reprodução efetivo R igual a 1 ou menor, que significa que um infectado transmite para um ou menos de um suscetível. Esta é a condição para que a epidemia fique controlada”, como indicado pelo professor doutor em física, Bernardo Mattos Tavares,  e coordenador do Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Ensino de Física – Polo UFRJ-Macaé.  “Comparando a esses países em Macaé, que está na linha amarela,  a doença só avança e não se pode projetar quando o número acumulado de casos confirmados ou óbitos se estabilizará”, completou.

 O  professor doutor em Física, Habib Dúmet Montoya  argumenta que a evolução do número acumulado de óbitos sugere que está havendo uma subnotificação acentuada de casos e isso estaria dando uma falsa percepção de controle da doença. “Se nos próximos 30 dias, o número acumulado de óbitos atingir um valor constante próximo a um, na escala da figura do lado direito acima, aí sim poderemos afirmar que a epidemia teria sido controlada na cidade.

Ainda em comparação com o Vietnã e Nova Zelândia, que na avaliação dos  pesquisadores,  países que  adotaram políticas corretas de combate à epidemia do novo coronavírus, pode-se afirmar que Macaé ainda está na fase de aumento de casos da doença, e não de diminuição, como já foi divulgado. “Enquanto não tivermos um estudo mais acurado, o que resta a fazer é guardar estes dados e compará-los com reportados daqui a duas semanas, pelo menos”.

Gráfico, criado por Jhulian Marotti Mello, estudante do terceiro período do curso de Engenharia da UFRJ Macaé.

“É muito importante, neste momento, reforçar e manter o isolamento e distanciamento social, o uso obrigatório de máscaras e protocolos de higiene, para evitar o colapso no sistema de saúde da cidade. Caso contrário, ou seja, se essas recomendações forem ignoradas, as consequências serão muito maiores numa escala de tempo suficiente para que a doença continue avançando  e o controle possa se tornar mais complicado”, concluiu o  professor doutor Ricardo França, coordenador do Curso de Engenharia de Produção e  que também participou das pesquisas.  Também participou deste estudo, Jhulian Marotti Mello, estudante do terceiro período do curso de Engenharia da UFRJ Macaé.

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Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

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