Sara Wagner, professora trans, respondeu comentários homofóbicos de Milton Ribeiro, Ministro da Educação

Sara Wagner, professora transexual e funcionária da rede pública do município de São Pedro da Aldeia, fez uma publicação nas redes sociais, em que rebate os comentários preconceituosos de Milton Ribeiro, atual Ministro da Educação.

Milton Ribeiro se envolveu em uma polêmica após dar declarações homofóbicas em uma entrevista ao jornal “Estadão”, publicada nesta quinta-feira (24). Durante a conversa, Milton deixa declarações de não incentivo à educação sexual nas escolas.

O ministro, que também é pastor evangélico, afirmou na entrevista que a homossexualidade não é normal, tratando-a como opção, e a atribui a “famílias desajustadas”.

“O adolescente que opta por andar no caminho do homossexualismo tem um contexto familiar muito próximo. São famílias desajustadas, algumas. Falta a atenção do pai, falta a atenção da mãe. Vejo menino de 12,13 anos optando por ser gay, mas nunca esteve com uma mulher, de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí”, afirma o Milton ao Estadão.

A professora Sara respondeu às acusações do ministro em um vídeo publicado no Instagram.

“Trabalhei o dia todo dando aula, porque eu sou uma professora trans e travesti que está na educação, e aí vem o senhor ministro para dizer que famílias desajustadas produzem homossexuais. O senhor não entende nada de família e muito menos de homossexuais, porque famílias desajustadas produzem pessoas como o senhor: transfóbicas, homofóbicas, lesbofóbicas e com tantas outras condições de jogar seres humanos na condição de inferioridade. Travestis na educação significam uma sala de aula que trabalha com a diferença, uma condição que provavelmente o senhor não conheceu. Trabalhar com as diferenças é a função da escola, por isso o ensino público é tão importante nesse país, que é uma função do MEC, que o senhor também parece ter esquecido. Eu convido o senhor a conhecer”.

Milton Ribeiro assumiu o ministério em julho deste ano.

Veja o vídeo de Sara na íntegra, no link. A entrevista completa com o ministro pode ser acessada aqui.