Atrelado ao tempo seco e baixa umidade do ar, o vento pode ampliar a proporção das queimadas
Os princípios de incêndio em áreas de vegetação que ocorreram na semana passada nas cidades de Cabo Frio, Búzios e São Pedro da Aldeia acenderam um alerta quanto aos cuidados de prevenção, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro, quando na Região dos Lagos costuma ventar com mais intensidade. Atrelado ao tempo seco e baixa umidade do ar, o vento pode ampliar a proporção das queimadas, situação que preocupa as autoridades ambientais. A prevenção é essencial para que o meio ambiente seja preservado.
Os princípios de incêndio ocorreram na terça-feira (26). Em Cabo Frio, as chamas foram vistas próximo ao cemitério Jardim dos Eucaliptos, no bairro Jardim Esperança; em Búzios, na vegetação no bairro Aretê; e em São Pedro foi em um terreno baldio na Rua Pastor Gerdor, no bairro Poço Fundo. Neste dia ventava forte na região.
Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), houve um aumento no número de incêndio em vegetação nessas cidades de 1º de janeiro a 30 de julho deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado: em 2021 foram registrados em Cabo Frio 153 ocorrências; em São Pedro da Aldeia 121 e, em Búzios, 67; e em 2020 a cidade de Cabo Frio teve 106 ocorrências; São Pedro da Aldeia 92 e, em Búzios, 69.
O fogo pode ocorrer por ação da natureza e por irresponsabilidade humana. O diretor-assistente do Instituto Ecológico Búzios Mata Atlântica (IEBMA), Daniel Lopes, reforça que atear fogo em vegetação ou mata é crime ambiental, independente da causa ou motivação, com sanções com base em legislações federais quanto em regulamentos estaduais e municipais e ainda fica sujeito a multa.
“As queimadas descontroladas não representam perigo apenas para as áreas verdes, mas podem comprometer e aumentar a mortandade de animais silvestres, além de provocar doenças respiratórias em humanos e aumentar o risco de acidentes nas estradas”, destacou ele
Para ajudar a prevenir a incidência de focos de incêndio, o diretor IEBMA deu algumas dicas e orientações para que a população ajude a evitar queimadas descontroladas e saiba como agir em casos de incêndios florestais.
A primeira delas é não jogar pontas de cigarro em áreas florestais: algo que parece simples, mas infelizmente ainda é um mau hábito que pode causar incêndios às margens das rodovias. Não utilizar o fogo para a queima de lixo doméstico também é uma orientação importante, porque além de prejudicar o meio ambiente, a prática é considerada crime, segundo o artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 de 1998.
Outras dicas são nunca abandonar fogueiras ou braseiros sem antes se certificar que o fogo foi totalmente extinto: fagulhas podem ser levadas pelo vento e podem espalhar as chamas; e não usar fogo na limpeza de terrenos: se você tiver um lote ou propriedade no campo, evite usar o fogo na limpeza do terreno. A prática que é primitiva também é vetada em Lei.
“Em caso de incêndios a principal recomendação para quem observar algum foco de queimada em áreas florestais é informar imediatamente às autoridades. Montar uma brigada voluntária em área de entorno de unidades de proteção ambiental é uma boa contribuição civil”, destacou Daniel.
As denúncias podem ser feitas diretamente ao Corpo de Bombeiros, no telefone 193 ou diretamente com os órgãos ambientais.