A noite de domingo (19) e madrugada de segunda-feira (20) marcaram o primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval do Rio. Império Serrano, Grande Rio, Mocidade, Unidos da Tijuca, Salgueiro e Mangueira abriram as apresentações na Marquês de Sapucaí. Salgueiro e Mangueira são as favoritas da noite,
Voltando ao Grupo Especial, o Império Serrano homenageou o sambista Arlindo Cruz com o enredo “Lugares de Arlindo”. O cantor, que sofreu um AVC hemorrágico em 2017, e atualmente utiliza cadeira de rodas, foi conduzido até o carro alegórico em um esquema que o protegeu durante o deslocamento. Amigos de Arlindo como Regina Cazé, Marcelo D2, Péricles e Hélio de La Penha, além da esposa do cantor, estavam no carro alegórico homenageando o artista.
A Grande Rio, atual camepã do Carnaval carioca, trouxe mais um personagem carioca para a avenida. Zeca Pagodinho foi o homenageado da escola que contou a trajetória do cantor no enredo “Ô Zeca, o pagode onde é que é?”. Ele desfilou no último carro da escola ao lado da mulher Mônica, da filha e de amigos como Teresa Cristina, Regina Casé e Tia Surica. Portelense, o artista teve a escola do coração representada pela águia que compunha o carro que o levou durante a passagem pelo sambódromo.
O casal, Paola Oliveira e Diogo Nogueira, foram a sensação do desfile em total sintonia. Ela, madrinha de bateria nos últimos cinco anos, e ele, autor do samba-enredo, ocuparam os trending topics do twitter entre os assuntos mais comentados do momento.
A Mocidade Independente de Padre Miguel trouxe para o sambódromo uma viagem ao Alto do Moura, bairro de Caruaru (PE) que respira a arte do barro de Mestre Vitalino e de seus discípulos.
A Unidos da Tijuca apresentou a religiosidade das tradições nordestinas em um visual aquático que tomou conta da avenida com o enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”. A cantora Lexa, rainha de bateria trouxe a importância do posto para a escola e esbanjou ginga e muito samba no pé.
A escola foi a primeira da história a utilizar a iluminação da Marquês de Sapucaí na composição do enredo. A comissão de frente teve a atriz Juliana Alves representando Yemanjá em uma dança sincronizada proporcionando a ilusão do mar em movimento. Lindíssima.
O Salgueiro entrou na avenida com o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, sobre a valorização da liberdade de expressão, além de mostrar que cada um constrói o seu próprio paraíso. Joãosinho Trinta foi homenageado no início do desfile. O ato da comissão de frente, chamado de “O Julgamento”, trazia o carnavalesco duelando com a morte e devolvendo o Carnaval para as pessoas.
A Estação Primeira de Mangueira pisou na avenida perto das 5h com o enredo ‘As Áfricas que a Bahia canta’. Celebrando Oyá, a verde e rosa foi a última a desfilar na Marquês de Sapucaí com toques de tambor, uma comissão de frente esplendorosa e um samba-enredo poderoso. Grande candidata à campeã.