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Presidente da Colônia de Pesca de Búzios anuncia projeto espanhol que cria a maior fazenda marinha do Brasil

“Atualmente não tiramos nem 3% do que pode vir para Búzios pelo mar” – Amarildo Chita

Insatisfeito com o descaso com que o pescador é tratado em Búzios, Amarildo Chita, presidente da Colônia de Pesca Z-23, tem na ponta da língua, uma lista de ações que poderiam contribuir para a economia da cidade, a partir do mar.

Convidado da live “Roda da Prensa” de segunda-feira (18), Chita falou de suas ideias, e anunciou a participação da Colônia no projeto espanhol que vai implantar no Peró, entre Búzios e Cabo Frio, a maior fazenda marinha do país.

– Está para ser montada a maior fazenda marinha do Brasil, que vai gerar emprego e renda para o pescador. Nossa Colônia participa do projeto que vai contratar pescadores de Búzios e Cabo Frio. 50% de cada cidade. Um investimento de 450 milhões de dólares, que será um marco em nossa região. Uma atividade que não polui e ainda ajuda a recuperar a vida marinha. Hoje falta marisco no mercado, e a ostra que comemos aqui vem de Barra de São João. Puxa, a gente com uma água clara, maravilhosa aqui, comendo ostra de lá, daquela água deles… não faz sentido. Pois isso vai mudar – inicia Chita.

Ele explica que a instalação da fazenda também vai ajudar a repovoar os costões da região com mariscos, e peixes que se alimentam desses animais. Chita conta que durante as audiências públicas do projeto, propôs a fixação das cordas para criação de mariscos, em bases de cimento com buracos que pudessem servir de toca para os peixes.

– Já que teremos bases de cimento, melhor que sejam furadas para atrair os peixes. Fiz com que entendessem essa importância e na sequência, liberassem a entrada de barcos pequenos na área da fazenda, justamente para a pesca desses peixes. É uma forma de integração com o pescador local. Os espanhóis entenderam isso e toparam.  

Chita destaca que se existisse o Fundo Municipal da Pesca (que deveria receber 1% dos repasses de royalties de petróleo), Búzios já teria uma fazenda marinha produzindo um excelente marisco para o mercado local e regional, e gerando empregos.

– Estou há cinco anos tentando montar o Conselho de Pesca para termos o Fundo Municipal. Mas isso é igual ao fundo do meio ambiente, nunca veremos. Falta vereador que represente o povo da pesca. Não representam a gente. Temos hoje na Câmara quatro parentes de pescador, filhos de pescador que me envergonham como filhos de pescador. Qual o projeto que os vereadores fizeram pra pesca? Pra uma cidade que se vende como aldeia de pescadores? São muitos os projetos que podemos fazer. Não tiramos nem 3% do que pode vir para Búzios pelo mar. Necessitamos de uma cozinha de filetagem e processamento do pescado para dar mais valor ao peixe. Dar emprego às mulheres também. Já é uma tradição buziana as mulheres limparem o peixe que os homens trazem.

Chita também ressalta a importância em se oferecer infraestrutura para barcos de passeio e pesca. Postos de combustível para barcos, onde além de abastecer com diesel, o navegante possa obter água e ter acesso a demais itens que facilitem a sua viagem. Isso ajuda o pescador e atrai o visitante que chega pelo mar. Um tipo de turismo que não está mais procurando Búzios devido as dificuldades de abastecimento.

– Atualmente as pessoas preferem Angra dos Reis porque lá tem posto de combustível em tudo que é orla. Búzios não tem mais turismo náutico porque não oferece facilidade nenhuma para quem chega de barco.

Coronavírus: com a suspensão da pesca industrial, peixes voltam a povoar o mar de Búzios

– Esta doença trouxe muitas perdas, mas trouxe uma coisa boa, a natureza ganhou, o peixe voltou – conta.

Lembrando que no ano passado chegou a afirmar que a pesca em Búzios acabava este ano, Chita, comemora o retorno do peixe. Conforme conta, o peixe voltou a encostar nas ilhas e o pescador tem encontrado de tudo. Cavala, dourado, lula, pargo, e mais uma diversidade de espécies, voltaram a aparecer no mar de Búzios.

– A nossa pesca é artesanal, isso significa que não é predatória. Não estraga o mar, não esgota o peixe. A pesca aqui estava morrendo, mas bastou os barcos industriais pararem de trabalhar por causa da pandemia, que o peixe voltou a encostar – afirma.

Descaso com a tradição da pesca

Maior entidade buziana, a Colônia de Pesca Z-23 tem mais cadastros que qualquer outra na cidade, beirando os 200 sócios. Chita destaca que são cerca de 250 barcos onde trabalha gente de tudo que é idade, desde adolescentes, até idosos, que ainda mantém a tradição que deu origem ao conceito de aldeia de pescadores, que acompanha Búzios até hoje.

– Todos os hotéis, todo o setor de turismo aqui usa a imagem dos barcos de pesca, do pescador sentado com a rede, costurando, mas 15% dos empresários, se puderem, cospem na gente. Uma vez, com apoio do presidente que era o Nani, coloquei uma proposta na Associação Comercial e Empresarial para que a colônia fizesse parte do grupo, mas sem pagar mensalidade. A proposta foi rejeitada por eles. Muitos empresários de Búzios desprezam o pescador. Os hotéis compram peixe fora da cidade, um peixe de origem duvidosa, que não é fresco. Nas pousadas só indicam passeios de escuna, nunca oferecem passeios com pescadores, em barcos tradicionais de nossa cultura. Esquecem que é o pescador, e a imagem da pesca artesanal aliada à paisagem buziana, que traz o turista pra cá. Agora estão preparando a cidade para a retomada do turismo e os empresários se unem para pensar ações e novas ideias. Ninguém chamou o pescador para participar desses debates. Acho que deveriam ter chamado. Somos a maior entidade de Búzios. Maior que a ACEB, e representamos um turismo cultural que não é aproveitado – finaliza Chita.

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