Arraial do Cabo está entre as cidades da Região dos Lagos que sofreu com as fortes chuvas da última sexta-feira (25), alagando bairros e causando transtornos em diversos pontos da região. Segundo a prefeitura, a chuva deixou diversos pontos da cidade alagados, ocasionou prejuízo a moradores e, por conta do sistema de coleta em tempo seco, deixou três praias e a lagoa imprópria para banho.
Diante dos transtornos o prefeito de Arraial do Cabo, Renatinho Viana, solicitou à empresa que presta serviços de água e esgoto na cidade, Prolagos, que providenciasse em um prazo de 48h, esclarecimentos sobre o contrato, questionando a “incapacidade de funcionamento do esgoto e valores absurdos que a empresa tem cobrado da população”.
Arraial do Cabo é mais uma das cidades da Região, que fazem parte do Consórcio Lagos São João, a questionar a Revisão de Contrato com a empresa. Búzios já se manifestou, através de seu atual secretário de Meio Ambiente, Hamber Carvalho, e pelo próprio prefeito André Granado que levantou a questão em 2017. Nesse sábado (26) após as fortes chuvas, o bairro de Manguinhos teve um despejo de esgoto, em frente ao Complexo Gastronômico Porto da Barra, gerando problemas para os turistas e moradores da localidade.
Nas redes sociais, o secretário de meio ambiente comentou que “já deu, agora é partir pro embate. Viu como a cidade explodiu em esgoto com a chuva de sexta-feira? Este é o Sistema de Coleta de Esgoto em Tempo Seco. Entendeu agora porque temos que lutar pela implantação do Sistema de Rede Separativa, esgoto de um lado e água de chuva de outro?”.
Ainda segundo o secretário de meio ambiente, “de cinco em cinco anos há uma revisão contratual da concessão, e esse ano acontecerá mais uma. Só que a Prolagos quer fazer revisão de tarifa, que não é o que Búzios quer. Búzios quer revisão de metodologia e alcance de cobertura.”, completou Hamber, que afirma que o objetivo é 100% de rede separativa em Búzios.
O Prefeito de Cabo Frio, Adriano Moreno, não se manifestou sobre a Revisão de Contrato com a empresa na cidade, apesar de realizar ações conjuntas com o Procon para atendimentos da população que de alguma forma se sentiu lesada pela empresa, conforme o Prensa noticiou anteriormente.
#RevisaProlagos
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) acampa a mesma luta através de seus diretórios em Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, através de seus presidentes, Camila Raupp, Lucas Müller e Virgínia Carvalho, tendo lançado durante o mês de janeiro, a Campanha nas redes sociais #RevisaProlagos, com relatos de transbordamento de esgoto, ligações clandestinas, despejo irregular de esgoto e a falta de regularidade na distribuição de água nos municípios.
“Búzios não aguenta mais essa explosão de esgoto a cada tempestade. Esta é uma situação que se repete verão após verão, quando temos períodos longos de estiagem, seguido de fortes chuvas na região. Esse contrato já não mais nos contempla. Esgoto in natura na via pública, causa problemas sérios e que vão em breve nos trazer doenças, viroses e problemas sérios. Todos sabem que cada real investido em saneamento básico se reflete em cinco economizados na saúde. Esse é dos temas urgentes que temos que debater na cidade e que vamos cobrar nessa próxima revisão quinquenal, que acontecerá em 2019”, comentou Camila Raupp, do PSOL Búzios.
“O contrato da Prolagos que vai até 2041 precisa ser revisto, de forma urgente. O péssimo atendimento no abastecimento de água, e essa questão grave na rede de água ser a mesma do esgoto é uma tragédia ao Meio Ambiente. Em Cabo Frio apenas 15% do esgoto está em rede separada. Estivemos recentemente na Praia do Siqueira, e esse esgoto está adoecendo os pescadores locais da Laguna de Araruama. Isso é grave! E a concessionária precisa ter responsabilidade sobre isso.”, Lucas Miller, presidente do PSOL Cabo Frio.
PSOL Arraial do Cabo, em comunicado, fala que a cidade deve, com urgência, revisar o contrato e o modelo de coleta de esgoto e água fluviais da Prolagos. “Entendemos que na última sexta feira houve uma chuva com um volume acima da normal que somada com o aumento de esgoto por conta da maior ocupação da cidade provocou o rompimento das tubulações que desembocam na praia e consequentemente as deixaram, temporariamente, impróprias pra banho. No entanto, nos anos anteriores, somente com o aumento da população sazonal, já foi suficiente para que os esgotos atingissem as vias públicas em vários bairros da cidade. Em junho de 2017 tivemos uma chuva forte que também causou alagamento nas ruas da Prainha, por conta da Lagoa do Parque Público ter transbordado. Também há problemas nos distritos em especial no Parque das Garças e Gaivotas, em Figueira. Esta última situação levou o secretário parlamentar, Gustavo Távora, do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL), denunciar ao Ministério Público, em 21/03/2017 sob o protocolo MPRS: 2017.00274463 a insuficiência do serviço prestado e as cobranças indevidas a população. Além desse problema com a questão sanitária também se mostra insuficiente o serviço de abastecimento de água nos últimos dois anos”.
O PSOL Lagos, em nota, ainda afirma que está preparando um dossiê sobre a empresa e que pretende, através de seus parlamentares, a abertura de uma CPI na ALERJ.
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