Rodrigo Gurgel, pré-candidato do segundo distrito de Cabo Frio, debateu sobre questões de infraestrutura da cidade
O pré candidato à prefeitura de Cabo Frio, Rodrigo Gurgel (PSL), participou da Roda da Prensa, na noite desta quinta-feira (17). Rodrigo, que é morador do distrito de Tamoios, esteve presente no debate, e respondeu às perguntas da equipe jornalística da Prensa, além de expor suas propostas de mandato.
Prensa de Babel: Qual é a importância do apoio do Deputado Felício Laterça para a sua pré-candidatura?
Rodrigo Gurgel: O Felício Laterça é um cara muito honrado e reconhecido na região. Foi o responsável pela Operação Basura, que e diminuiu, por assim dizer, porque a gente sabe que a corrupção na Região dos Lagos é algo muito constante ainda, mas que diminuiu bastante o índice de corrupção, principalmente dentro da Consercaf, que foi o alvo da atuação dele. E ele tem um brilhantismo político muito grande, um cara que fala muito bem, que conhece os problemas muito bem. Então tem uma representatividade muito forte. E também, ele foi um Deputado muito bem votado na nossa região, a população acreditou e acredita bastante nele. Então é óbvio que ele tem um peso político muito grande, é um cara que a gente precisa ter perto, porque ele é muito bom também. O Felício é uma pessoa muito do bem, e eu gosto bastante dele.
Prensa: O distrito de Tamoios a princípio era esquecido, porque tinha pouquíssimos moradores. Com o tempo, ele se tornou esse distrito super populoso que é hoje, e ainda assim, ele serve apenas como massa de manobra, muitas vezes, a cada eleição que chega, devido ao grande número de eleitores que tem aí, mas nunca há contento a iniciativas ou políticas públicas favoráveis a quem mora nesse distrito. Você, como morador, como enxerga a posição dele hoje, dentro do município, e o que você acredita de verdade, que seja viável para mudança, em uma possível vitória sua para Prefeito?
Gurgel: Eu sempre sou muito realista. As pessoas costumam vir a Tamoios para prometer mundos e fundos, coisas surreais, e eu cito exemplos. Já prometeram para a gente quatro mergulhões, hospital geral, já foi prometido a famosa “Nova Tamoios”, que é um projeto de 2011, que se aconteceu, eu não vi, e nenhuma parcela da população de Tamoios chegou a se deleitar nesse projeto. E eu acho que Tamoios precisa do básico, de algo real, palpável, que esteja ao alcance. Aqui nós temos um baixo índice de asfaltamento, nós não temos saúde, a educação se tornou precária, porque houve a denúncia de R$ 40 milhões de desvio da educação, e, geralmente, é o elo mais fraco que paga, então Tamoios pagou muito. Na época, eu fiscalizei esse contrato da Prefeitura. Para se ter uma ideia do descaso, a empresa que estava fazendo o transporte das crianças, estava as deixando na beira da Rodovia Amaral Peixoto. Tem noção do tamanho do descaso e da irresponsabilidade que é isto? Você entregar crianças de sete, seis, anos de idade em uma rodovia.
Prensa: Alguma vez vocês se sentiram representados pelos representantes do povo no poder legislativo, que saíram do distrito de Tamoios?
Gurgel: Eu nem quis eles no meu partido. Houve a proposta de um deles e eu não quis. Eu acabei de falar que eu acredito em renovação, então eu não posso ser um cara que tem dois pesos e duas medidas. Na minha vida eu sempre pautei muito por isso: ser coerente e agir com coerência. Se eu falo um discurso, eu tenho que agir dentro dele. Foram quatro vereadores de mandato me procuraram, e eu não quis, para exatamente eu contribuir com a renovação da Câmara Municipal também. A Câmara Municipal de Cabo Frio nunca representou a população. Isso é uma realidade triste, mas é uma realidade. Então se a Câmara não representa a população, não tem porque eu caminhar com esses políticos. Muito pelo contrário, eu caminho para lutar para que a gente tenha renovação, para que a gente consiga mudar esse cenário, e não vai ser os colocando no meu partido, que vou estar contribuindo para isso. Então, para ser coerente, não me sinto representado por nenhum vereador aqui de Cabo Frio, nem pelos de Tamoios.
Prensa: A Maria Joaquina é uma parte de Cabo Frio que gerava R$1.8 milhão por mês, em royalties de petróleo, sabemos que houve uma queda. Isso representa 15% da arrecadação do município. São 15 mil habitantes apenas, não é um lugar muito grande. Ela depende totalmente de Búzios, se não fosse do lado, não teria absolutamente nada. Os estudante se dirigem para Búzios para estudar, trabalhar, e para questão de saúde também, porque Cabo Frio está muito distante. Quais seriam os seus planos para Maria Joaquina?
Gurgel: Primeiro eu quero falar o motivo pelo qual eu enxergo a Maria Joaquina do jeito que está: a ganância política. Infelizmente, a gente tem um sistema de reeleição funcional. E eu não vou falar que eu sou contra, porque quem está fazendo um bom trabalho realmente merece continuar fazendo. O grande problema é que o político não está vendo mais as coisas como deveria. Maria Joaquina hora pertence a Cabo Frio, hora pertence a Búzios, de onde são esses votos. É mais ou menos assim que tem funcionado. São vidas, são pessoas, são famílias que necessitam de um olhar, e não é carinho, é obrigação. O cara que sentou naquela cadeira com a obrigação de representar mais de 218 mil habitantes tem que olhar a cidade como um todo. A maior necessidade de Maria Joaquina hoje, no olhar econômico, é a geração de emprego e renda. Maria Joaquina, por não ter outros recursos, acaba não tendo empresas ali na região, apesar de ser um local onde tem pequenos negócios em abundância, mas ainda assim não supre. Precisa de geração de emprego e renda ali dentro, e precisa de um olhar atencioso para a questões como saneamento básico, em primeiro lugar, que é primordial. Temos que trabalhar dentro da realidade. O município tem uma dependência muito grande do Governo Estadual e Federal, porque está endividado. Precisamos fechar as torneiras para que a gente possa investir. E Maria Joaquina não consegue ter investimento hoje porque, primeiro, o município está endividado, segundo, não está sobrando recursos para trabalhar, e terceiro, falta o olhar para a população de lá.
Prensa: Esses desafios são muitos, você deu uma pincelada sobre o que poderia ser feito. De concreto, para recuperar a economia de Cabo Frio, qual seria a solução, na sua opinião?
Gurgel: Quando a gente fala em economia, a gente fala exatamente do que a palavra já diz. Você tem que trabalhar em torno de fazer uma gestão que consiga fazer esse dinheiro sobrar, para que seja aplicado na cidade. Essa é a função do administrativo: aplicar bem o dinheiro do município. Quando falamos do chefe do executivo, a primeira coisa que me vem na cabeça, é um gestor, alguém que entre ali para colocar ordem na casa, para deixar tudo do jeito que tem que ser. Infelizmente, não é o que temos visto. Hoje, o que necessitamos com urgência é cortar cabide de emprego, cortar funcionários fantasmas, reduzir a folha de pagamento minimamente, para a ordem do TCU, que seria abaixo de 54%,, o que já dá um diferencial muito grande. Eu vou dar um exemplo: a cada um real que a cidade de Cabo Frio arrecada, em torno de 64 centavos de um real, mais da metade, é para pagar a folha de pagamento do município. O cálculo mínimo é de 64 à 67%, significa também que, basicamente, a gente comete um crime fiscal. Porque o ordenamento do TCU embarrera o teto em 54%. Então a Prefeitura continua cometendo esse deslize.
Prensa: A gente percebe muito que fica nesta roda de que a Prefeitura seja o principal empregador do município. A geração de emprego é uma questão que te preocupa? Quais são seus planos no sentido de gerar emprego para a cidade?
Gurgel: Veja bem, 7,9% das vagas de emprego do município estão na Prefeitura. Isso é um completo desastre para as contas da Prefeitura. Isso é um absurdo. Nós estamos falando de uma cidade de 220 mil habitantes. Quando você tem uma folha tão inchada, é natural que não sobre dinheiro para se investir nas secretarias e nas pastas. Geração de emprego e renda é, basicamente, eu pauto quase todo o meu projeto. Eu acredito que a independência do ser humano, é algo muito necessário para que ele consiga ser produtivo, não só para o seu município, mas para a sua família. Então, hoje, temos um projeto que é uma ideia que eu acho que a Prefeitura poderia até lutar por isso, que seria a criação de um polo industrial no segundo distrito, em Tamoios. A primeira coisa que nós precisamos calcular é a distância do mar para esse polo. Não existe um terreno aberto, distante o suficiente, para que as indústrias queiram se fixar, e que a maresia não atrapalhe. Então, geograficamente, as indústrias não iriam querer se estabelecer no primeiro distrito. Já no segundo distrito, nós temos a Estrada da Agrisa, que são 33Km de estrada para dentro, distanciando essas indústrias do mar. E nós temos um setor ali, onde desemboca a estrada na BR-101. Então, geograficamente, é brilhante. Os últimos 7Km comportam tranquilamente uma zona industrial. É atraente para as empresas porque elas saem na BR, ou seja, o transporte fica facilitado, e a distância com o mar é muito grande. Resta a Prefeitura, agora, fazer incentivos o suficiente, porque precisamos estar atraentes para que as empresas queiram estar aqui,
Prensa: Nesta parte econômica há uma contemplação para a questão da pesca? Tamoios tem esse potencial, não?
Gurgel: Sim. E passaria pelo Pontal de Santo Antônio, em Tamoios. Economicamente falando, existem três atitudes que mudam completamente a realidade do Pontal. A primeira, seria colocar um deck e um cais. No segundo ponto, o mercado municipal de peixes, o que teria um impacto econômico muito grande no segundo distrito. E no terceiro ponto, o turismo ecológico. O Rio São João é uma coisa esplêndida, é lindo demais. Óbvio que para este tipo de turismo, Tamoios precisaria do básico de infraestrutura, não se traz o turista para cá para pegar estradas de barro, ou não conseguir um atendimento hospitalar. A gente precisa mover a economia da cidade em um todo.
Prensa: Você concorda que, no momento que se defende a construção de negócios para indústrias, se faz uma escolha entre a indústria com relação ao turismo? Nesse sentido Tamoios ficaria com a parte industrial e o turismo ficaria com a parte do primeiro distrito?
Gurgel: Estamos falando de Tamoios, que é uma área muito grande. Dá pra se explorar os ambos os setores econômicos com facilidade. Principalmente o final de Tamoios, que são os últimos 7 Km, que desembocam na BR-101. Estou falando de uma área completamente diferente da praia, muito distante também do Rio São João. O que consegue fazer com que a gente tenha uma distância suficiente para que se consiga ter o campo industrial ali, como já temos. A própria Agrisa é uma empresa que do ramo do Etanol, e que contribui muito para o nosso imposto. Mas eu concordo. Hoje, a opção mais viável para o segundo distrito é trabalhar a geração de emprego através da indústria e da empresa, já que nós temos ainda esse passo a passo do básico para atender a população de Tamoios, para que consigamos, depois, assistir o turismo ecológico ou de praia.
Prensa: Vamos aproveitar que você foi à Brasília. Nos conte o que você foi fazer nesta visita?
Gurgel: A nossa cidade anda muito insegura, e isso nunca foi tão claro. O cidadão cabo-friense tem medo das ruas, que são mal iluminadas, medo de ser assaltado. Hoje, o número de homicídios, latrocínios e furtos ampliaram. Acho que há uma necessidade de uma contribuição da Força de Segurança Municipal. Muitas pessoas não sabem, mas a Guarda é uma força do município, ela deve auxiliar a Polícia Militar no quesito segurança. As pessoas não sabem disso porque geralmente a Prefeitura responsabiliza o Estado, e não é assim. Nós poderíamos ter um sistema de câmeras de vigilância, uma Guarda mais bem equipada, porque eles não possuem nem uniforme, as viaturas estão completamente sucateadas, então eu fui para Brasília nesta intenção, e nós protocolamos um pedido para a Polícia Federal, porque a frota deles nunca fica sucateada, eles estão sempre renovando. E através disso, o objetivo é que se consiga trazer esta frota para cá. Eu fui com o pré-candidato a Vereador daqui. Também protocolamos uma emenda para que a Guarda Municipal consiga comprar uniformes novos, EPIs, porque a falta de sensibilidade com eles é muito grande. O guarda, muitas está querendo valorizar a sociedade, mas esta valorização é tirada dele.