O maior corpo hídrico hipersalino do mundo, a Lagoa de Araruama, vai receber mais uma ação para garantir a preservação deste ecossistema. Apesar de ser conhecida como lagoa, a área é considerada uma laguna, pois possui uma conexão com o mar através do canal de Itajuru, em Cabo Frio.
Localizada na Região dos Lagos, margeando cerca de 160 quilômetros do litoral dos municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Araruama e Saquarema, a área é alvo constante de ações, provenientes de iniciativas privadas, públicas, sociedade civil e organizações não governamentais, para coibir impactos ambientais.
Com 220 quilômetros quadrados e cerca de 630 milhões de metros cúbicos de água, a medida da vez é garantir o alargamento das faixas de areia das praias lagunares.
Esse trabalho é executado a partir da reutilização da areia oriunda do desassoreamento que o órgão ambiental estadual efetua no Canal do Itajuru. A construtora Brasform foi a empresa vencedora da licitação para realizar esse desassoreamento, com um custo estimado de R$ 22 milhões. O procedimento foi licenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para os municípios limítrofes à laguna.
A expectativa é remover 400 mil metros cúbicos de areia e detritos até setembro, equivalente a mais de 28 mil caminhões, para deixar o canal com 2,5 metros de profundidade. Atualmente, existem trechos com apenas 70 cm de profundidade.
No primeiro semestre 2023, o Inea concedeu à Prefeitura de Araruama, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia a Autorização Ambiental para a execução do serviço de engorda das praias lagunares, atuando em parceria com as administrações municipais.
No fim do mês de julho, no dia 27, o Governo do Rio de Janeiro concedeu uma licença ambiental à Prefeitura de Arraial do Cabo com autorização para o alargamento da faixa de areia em quatro praias do município.
Em Cabo Frio, há um imbróglio. A Procuradoria do Rio de Janeiro pediu a paralisação das obras de engorda na praia das Palmeiras, alertando sobre possíveis consequências, como o desaparecimento de trechos de mangue. No entanto, o vice-governador e secretário de Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha assegurou que houve estudos ambientais abrangentes e testes na areia utilizada, concluindo que não há risco ou dano ambiental envolvido nas obras, exceto pelo questionamento na praia das Palmeiras por parte de alguns moradores locais. As intervenções seguem paralisadas.