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Praia mais famosa de Búzios perde faixa de areia com licença da prefeitura

Indignados, pescadores e moradores de Geribá, amanheceram nesta segunda-feira (03) perdendo mais um espaço de praia. Na faixa de areia em frente a uma das casas, uma cerca estava sendo instalada pelos proprietários. Avançando aproximadamente quatro metros em direção ao mar, a cerca era fixada sobre montes de cimento que enchiam buracos na areia. Fotografada e filmada, como mais um crime ambiental a ser denunciado, a cena foi encaminhada à Prensa, que comunicou o Ministério Público Federal e a secretaria municipal de Meio Ambiente.

Cerca sendo instalada na areia de Geribá

Atento às irregularidades que acontecem em Geribá, onde realizou vistoria de casa em casa, no dia 6 de julho, e conheceu de perto o problema das cercas que invadem a areia, o procurador Leandro Mitidieri do MPF, assim que recebeu a denúncia, emitiu uma recomendação urgente à prefeitura, para que apurasse o fato e tomasse as providências para a retirada da cerca de forma imediata, com prazo máximo de 48 horas.

A surpresa

Mas o que parecia ser o final desta triste história, é apenas a continuação de uma outra história igualmente triste, muito mais antiga, e replicada em toda a orla de Búzios: a perda de espaços de praia com a conivência do poder público. Uma história que começou com a construção de enormes casas sobre a vegetação nativa de restinga, com a retirada de dunas, e que continua hoje, mesmo já sem dunas, restinga, ou mesmo espaço suficiente para banhistas num dia de verão.

Após visita da fiscalização de Meio Ambiente ao local da cerca, foi constatado que a obra em questão, tem licença ambiental emitida pela própria secretaria de Meio Ambiente, no último dia 23, assinada pelo secretário Duda Tedesco.

Consultado, o secretário afirmou que emitiu a licença, por ser permitido instalar cercas para proteção da vegetação nativa, seguindo as regras ambientais da secretaria. Mas que estas regras não incluem o despejo de cimento na areia, e portanto a cerca deverá ser retirada, para ser refeita dentro do permitido.

Embora o secretário afirme que a cerca serve à proteção da vegetação nativa, não há no local qualquer vegetação. Ela ainda deverá ser plantada pelo proprietário da casa, sob orientação dos agentes da secretaria. E sabemos que na próxima maré cheia, toda a vegetação será levada pelo mar, sobrando somente as cercas, pois as casas estão tão próximas da água, que não há o que se falar em vegetação de restinga no local. Impossível a vegetação fixar em área como aquela. Isso foi dito pelo próprio secretário durante a vistoria do MPF realizada no dia 6 de julho na praia. Preocupado em retirar todas as plantas espinhentas e exóticas plantadas pelos proprietários das casas na faixa de areia, o procurador foi alertado pelo secretário, que a retirada não poderia ser imediata, uma vez que sem as plantas a maré carregaria a areia facilmente, e a praia perderia os poucos e pequenos montes de areia que ainda restam em alguns locais, lembrando o que um dia foi duna. Ou seja, sem as dunas, sem areia suficiente, a vegetação não consegue fixar e desenvolver, como Duda afirmou. Pena que esta mesma regra, tão bem explicada ao procurador, não tenha sido levada em conta pelo próprio secretário na hora de emitir e assinar a licença ambiental para a instalação de mais uma cerca. A marca da maré alta está no muro do proprietário da casa, lembrando que a construção está no lugar errado e não há o que se falar em plantas nativas e cercas de proteção. A própria casa já foi construída em cima do que deveria ser a vegetação nativa da praia. A marca da maré alta está no muro do proprietário da casa, lembrando a presença da natureza como ela é, e sempre foi, e não como alguns gostariam que ela fosse. O recado é claro. As cercas só servem para afastar as pessoas dos muros, transformando em privado, o que sempre foi público.

Cerca é fixada com a ajuda de cimento despejado diretamente na areia

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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