Por Gustavo Távora ([email protected])
Por que o espanto? Não há novidade alguma na afirmação do presidente eleito. Ele nega a realidade e coloca a sua verdade, que consiste numa fraude, como exemplo e critério a ser seguido.
Ele negou o racismo no Brasil. Um país extremamente preconceituoso, racista, e que mata milhares por ano por esta razão. Foi condenado por racismo.
Ele nega homofobia no Brasil, sendo ele um homofóbico declarado. Segundo ele, homossexualismo é falta de porrada em casa. Foi condenado por homofobia.
Ele nega ter havido tráfico de escravos.
Nega que o holocausto foi causado por um fascista de extrema direita, chegando ao ápice de conseguir desrespeitar ao mesmo tempo judeus e árabes.
Ele disse ter trabalhado na infância sendo desmentido pelo irmão.
Ele disse que a reforma da previdência do Temer era “desumana”, se elegeu, e apresentou uma pior.
E agora ele nega que no Brasil exista pessoas passando fome.
Ele nega a realidade porque como todo sociopata, ele não se coloca no lugar do outro. Não tem compaixão pelo outro.
Os sociopatas são caracterizados por um egocentrismo exacerbado, são extremamente indiferentes e desrespeitosos com relação aos sentimentos, sofrimentos, e opiniões dos outros.
Um sociopata não tem apego aos valores morais, eles constroem seus próprios valores a medida que lhes interessa. São capazes de simular sentimentos, para conseguir manipular outras pessoas.
Além disso, a sua incapacidade de controlar as suas emoções negativas torna muito difícil estabelecer um relacionamento estável com outras pessoas.
Este é Jair Bolsonaro. O cara que nega pesquisas, nega preconceitos, nega relatórios das Nações Unidas, que afirma que no Brasil, cinco milhões de pessoas passaram 24 horas sem ter o que comer em 2018.
Essa narrativa falsa, é mais uma mentira que ganha eco nos adeptos da meritocracia, naqueles que não conseguem observar o habismo de oportunidades que existe num país profundamente desigual como o nosso.
Essas pessoas taxam miseráveis, pessoas que não tem direito a saneamento básico, nem nutrição, como vagabundos, pessoas que “não comem porque não querem trabalhar”.
Alguém aí conhece alguém que morra de fome por ter o que comer e não se alimentar por preguiça ou vadiagem?
Nada de novo. Apenas mais uma perversidade do sociopata que ocupa fraudulentamente o cargo de presidente da república.
O pior disso tudo? Ter tido 56 milhões que pelo ódio, escolheram o ódio.