Moradores, ambientalistas e ativistas culturais se reunirão nesta quarta-feira (05/025) para defender a preservação da Cabana do Pescador, localizada entre as praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio. Construída na década de 1940, a cabana é tombada pelo estado e pelo município e ganhou projeção nacional ao ser usada como cenário da “Casa do Tufão” na novela Avenida Brasil.
O Ministério Público Federal (MPF) pede a demolição da estrutura, alegando que a construção foi feita sem autorização em terreno de marinha. Para debater o tema, a juíza federal Mônica Lúcia do Nascimento Alcântara Botelho, da 1ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia, determinou a realização de uma audiência pública no local, às 16h desta quarta-feira.
Propostas para a Cabana do Pescador
A ONG Amigos do Peró e a Associação Comercial, Empresarial e Turística do Peró (ACETUR) defendem a preservação da cabana, propondo seu uso sustentável como um ponto de controle de acesso às trilhas do Morro do Vigia e um museu sobre a atividade pesqueira.
Segundo Anderson Akel, presidente da ACETUR, a cabana deve ser mantida como um ponto turístico essencial para a economia local e a atração de visitantes.
“Não aceitamos a demolição e sim o uso sustentável do patrimônio, sem agressão ao meio ambiente”, afirmou.
A comunidade propõe que a Prefeitura de Cabo Frio e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) apresentem ao MPF um plano de uso sustentável, já que a cabana está dentro dos limites do Parque Estadual da Costa do Sol.
Cultura, meio ambiente e tradição
A educação ambiental também faz parte das propostas para o espaço. Para Marta Rocha, representante dos Amigos do Peró, a cabana pode ser transformada em um centro cultural e educativo voltado à preservação dos oceanos e da costa.
“O local pode ser usado para exposições, palestras e pequenos cursos sobre conservação marinha”, explicou.
A ONG Mar Sem Lixo também apoia a preservação do patrimônio. Para Gisele Letier, vice-presidente da organização, a cabana tem importância para a cultura e o meio ambiente do bairro.
“Nos colocamos à disposição para transformar o espaço em um local de difusão da cultura oceânica”, afirmou.
História da Cabana do Pescador
A cabana começou como um abrigo para pescadores e apoio para pequenas embarcações. Na década de 1950, Pedro José dos Anjos ampliou a estrutura para servir refeições aos pescadores e passou o comando ao filho, Jamil dos Anjos, que manteve o restaurante ativo até falecer em 2014.
Na semana passada, representantes da Prefeitura de Cabo Frio realizaram uma vistoria na cabana para apresentar uma proposta de uso sustentável na audiência pública. O tombamento do espaço foi um projeto do então deputado Dr. Serginho, atual prefeito de Cabo Frio.
A audiência ocorrerá na própria Cabana do Pescador e, devido ao espaço limitado, não será permitida a participação remota.