Nessa última terça-feira (28), na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Búzios, foi realizada uma Audiência Extraordinária para ser votado o Projeto de Lei de autoria do prefeito André Granado em que pede autorização da Câmara para abrir crédito adicional suplementar de mais de R$ 7 milhões para atender a manutenção da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. Audiência é pressionada pela população e foi adiada para esta quinta-feira (30), às 14h.
Com isso seriam anuladas mais de R$ 2 milhões em autorizações. O risco maior seria que destas anulações estejam incluídas despesas importantes na melhoria da infraestrutura das unidades escolares do município.
Embora o orçamento suplementar não estivesse na pauta da sessão ordinária, a vereadora Joice (PP) o reivindicou afirmando ser assunto de extrema importância, uma vez que a não votação, segundo a vereadora, deixaria a cidade debaixo do lixo. Munícipes presentes a sessão lembraram que o orçamento do lixo para 2018 foi feito no ano anterior, no valor de R$14 mil, o que também foi afirmado pela vereadora. O presidente da Câmara, João Cacalho (DEM), que não autorizou a Sessão Extraordinária para tratar da verba suplementar, afirmou que seu compromisso é “com o povo e não com interesses obscuros, e, tampouco sem passar pelo crivo do povo”. Ressaltou ainda que vereador Walmir Nobre (PRB) o chamou de ditador e corrupto, o que o mesmo respondeu que, para ele seja melhor esse “adjetivo pejorativo vindo de um vereador, que ser chamado de traidor pelo povo”.
Diante disso, Cacalho mostrou sua indignação com a votação em pauta, reafirmando sua contrariedade com a proposta de votação suplementar. A vereadora Gladys, no uso da tribuna, afirmou achar “muito estranho que os vereadores votassem em favor da anulação de seus próprios projetos para garantir a votação da suplementação”, chamou tal atitude de “hipocrisia, uma vez que vota orçamento e anula em seguida. E com isso, fazem propaganda de projetos que não saem do papel, confundindo, dessa forma a população”, disse a vereadora. O vereador Josué Pereira (PHS) foi vaiado pela população ao falar “que cada um traz sua torcida pra sessão”, desrespeitando o direito do povo participar das sessões.
A professora Martha Pessoa esteve presente na Sessão e relatou sobre a fala do vereador Lorran. “Discurso que lhe é característico, chama os opositores de oportunistas, sua fala reduz apenas em atacar a vereadora Gladys, sem apresentar nenhuma proposta, além de tentar desmerecer os presentes, contrário às medidas arbitrárias. Uma noite desgastante, sigamos fiscalizando, acompanhando e denunciando”, disse.
Moradores alertam para um constante desrespeito ao princípio da clareza nesses projetos de lei referentes a créditos adicionais suplementares enviados à Câmara de Vereadores, e que “simplesmente colocam os códigos das dotações orçamentárias e a população que se vire para procurar a que programa de trabalho do orçamento se referem”.
Posicionaram-se contra a realização da votação o presidente da Casa, João Carlos (Cacalho) e Gladys. A Sessão Extraordinária foi adiada para esta quinta-feira (30), às 14h. Houve reclamação de alguns cidadãos por conta do horário, que é ruim para a maioria comparecer à Casa.]