O capitão Diogo Souza é citado junto a outros candidatos policiais que estariam envolvidos em crimes violentos e se defende
A edição de O Globo deste domingo (11) trouxe uma reportagem sobre policiais militares acusados de crimes violentos e que disputam algum cargo eletivo nestas eleições nos municípios do Rio de Janeiro. Um dos personagens centrais é o capitão Diogo Souza da Silveira, candidato a prefeito de Cabo Frio pelo PSDB. Ele é o único dos mais de 30 citados a disputar para chefe do Executivo.
De acordo com a reportagem o capitão é réu, junto com três outros agentes, pelo homicídio do estudante Igor Cordeiro de Manhães, de 13 anos. O caso aconteceu em março de 2012, durante operação da PM no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na ocasião, o adolescente foi atingido nas costas por quatro tiros de fuzil. A investigação da Polícia Civil concluiu que Igor não estava armado, não integrava o tráfico na favela e foi executado pelas costas.
O candidato se defendeu por meio de um vídeo publicado nesta segunda-feira (12) no perfil no Facebook. Ele questiona o porquê de só ele ter recebido tanto destaque na matéria e demonstrou acreditar em perseguição política. Ainda no vídeo, o capitão conta que na época do episódio, apesar da pouca idade, apenas 24 anos, comandava uma tropa de cerca de 50 policiais no local onde teria ocorrido uma troca de tiros com traficantes. Diogo também questiona a versão da família da vítima sobre a inocência do rapaz.
Também em sua defesa reclama que a imprensa em geral nunca publicou sobre o que chama de sua “guerra contra o tráfico de drogas”, o que, segundo ele, o teria colocado como inimigo da facção criminosa Comando Vermelho. Também conta sobre um episódio em que teria evitado a morte uma pessoa que seria vítima do chamado “Tribunal do Tráfico”.
“Ninguém fala das vidas que salvei”, diz.
A matéria repercutiu e foi compartilhada com comentários pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que lembrou que o debate sobre Segurança Pública é central e que a Polícia pertence à sociedade. Também no vídeo, Diogo cita Freixo, e à Prensa explica que acredita que o deputado deveria ter se posicionado na defesa da democracia, já que sua versão dos fatos não teria sido ouvida, ao invés de compartilhar a matéria.
Ainda em resposta ao contato da Prensa, o candidato reafirmou que não tem nada a esconder e que exerce seu trabalho como policial militar com responsabilidade e seriedade. Reforçou que tem assessoria de imprensa e que está sempre a disposição para responder questionamentos e esclarecer fatos.