A greve por tempo indeterminado contra a privatização do Sistema Petrobrás foi reafirmada pelas direções sindicais durante o Conselho Deliberativo da FUP, realizado nesta terça-feira (12) em Curitiba. Conforme aprovado nacionalmente pelos petroleiros nas assembleias, a data de início do movimento será definida pela Federação.
Nas avaliações feitas pelas direções sindicais, a greve de advertência feita pela categoria no dia 30 de maio foi uma importante etapa de acumulação de forças na luta em defesa da soberania nacional.
Os petroleiros acreditam que revelaram a má gestão de Pedro Parente, evidenciando sua responsabilidade na imposição de uma política de reajuste dos derivados de petróleo indexada ao mercado internacional que fez disparar não só os preços do diesel, como também da gasolina e do botijão de gás de cozinha. A greve dos petroleiros pautou esse debate na sociedade, revelando a relação direta da política de preços dos combustíveis com o desmonte das refinarias e as privatizações no Sistema Petrobrás.
Mesmo diante da decisão, considerada pela categoria, arbitrária do TST de impor multas milionárias às entidades sindicais, decretando a ilegalidade da greve, antes mesmo de seu início, a avaliação da FUP e de seus sindicatos é de que o movimento foi vitorioso, pois politizou e ampliou a luta em defesa da soberania energética. A criminalização da greve, no entanto, requer dos petroleiros novas estratégias de luta.
Diante dessa nova conjuntura, o Conselho Deliberativo da FUP definiu um amplo calendário de mobilizações, para que os petroleiros unifiquem força com outras categorias na luta contra as privatizações e os ataques sofridos pelos trabalhadores de estatais.
Na segunda quinzena de junho, os petroleiros farão um ato nacional em apoio à greve que o Sindiquímica Paraná está organizando contra a privatização da Araucária Nitrogenados, cuja venda está em processo de finalização. Ao longo de julho, durante toda semana haverá um ato nacional da FUP em cada uma das quatro refinarias que estão em processo de venda.
As organizações sindicais também irão intensificar a campanha por mudanças na política de preços dos combustíveis durante o período de consulta pública da ANP, que teve início nesta terça-feira, 12/06, e prossegue até 02 de julho. A FUP e seus sindicatos terão ainda uma força tarefa em Brasília para acompanhar o debate em torno da instalação da CPI que investigará a política de preços da Petrobrás.
Agenda da luta
Junho
- 15/06 – encontro das assessorias jurídicas da FUP e sindicatos
- 18/06 – atos nacionais contra a privatização do Sistema Petrobrás, pelo direito de greve e contra a criminalização dos movimentos sociais
- 18 a 30/06 – neste período, será convocado um ato nacional em apoio à greve dos petroquímicos do Paraná contra a venda da Araucária Nitrogenados
- 22/06 – seminário nacional em Brasília com trabalhadores de estatais sobre impactos da Resolução 23 da CGPAR, que impõe mudanças nos planos de saúde das empresas públicas
- 25 a 29/06 – força tarefa da FUP e sindicatos em Brasília para acompanhar o debate em torno da instalação da CPI que investigará a política de preços dos combustíveis
- 25/06 a 16/07 – reunião conjunta FUP e FNU (Federação Nacional dos Urbanitários) para construir um calendário unificado de lutas com os eletricitários contra a privatização dos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás
Julho
- 02/07 a 04/07 – ato nacional da FUP contra a privatização da RLAM (BA)
- 12/07 – ato nacional da FUP contra a privatização da REFAP (RS)
- 17/07 – ato nacional da FUP contra a privatização da REPAR (PR)
- 18/07 – reunião do Conselho Deliberativo da FUP em Curitiba
- 26/07 – ato nacional da FUP contra privatização da Refinaria Abreu e Lima (PE)