O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) entregou um manifesto no último dia 15 ao gerente executivo da Petrobrás, em Macaé, Mário Carminatti. O documento, que foi lido por uma das diretoras sindicais, Rosângela Buzzanelli, informa os problemas enfrentados pelos técnicos de exploração da região da Bacia de Campos.
A categoria questiona a forma com estão sendo feitas mudanças na empresa, prejudicando a própria gestão e a comunicação. “A nova estrutura organizacional que retira vários gerentes das bases gera um grande distanciamento e falta de comunicação da sede com os empregados e um distanciamento não é geográfico, é estrutural, organizacional, pois acontece também na sede”, afirma o documento.
Leia o manifesto na integra:
Prezado Gerente Executivo Mário Carminatti, Prezados Gerentes Gerais e Gerentes.
Macaé, 15 de maio de 2019.
O corpo técnico da Exploração lotado em Macaé vem, respeitosamente, através desse manifesto, demonstrar sua insatisfação e descontentamento com as recentes decisões que afetam profundamente a vida de cada um de nós lotados nas Unidades Operacionais. A EXPLORAÇÃO em Macaé tradicionalmente trabalhou junto à Unidade Operacional, desenvolvendo estreita parceria e integração com a área de produção, especificamente, mas não exclusivamente, de Reservatórios, nas mais diversas disciplinas: aquisição e processamento sísmico, sedimentologia e estratigrafia, interpretação geológica e geofísica e acompanhamento geológico de poços; parcerias essas que inegavelmente geraram melhores resultados técnicos e econômicos para a PETROBRAS. Um dos grandes ganhos atribuídos à reestruturação foi a maior integração com a área de Reservatórios, mas na prática, vemos ocorrer exatamente o contrário. A cultura da EXPLORAÇÃO na UO-BC é marcada pela intensa e estreita integração entre suas diversas disciplinas, permitindo um grande desenvolvimento de toda a equipe, materializado nos sucessos exploratórios da Bacia de Campos e na formação de grandes quadros técnicos para a PETROBRAS, dos quais muitos se encontram atualmente na Sede. Há menos de um ano e meio atrás, quando da divulgação da reestruturação da EXPLORAÇÃO, processo sobre o qual já conversamos e pontuamos nossas considerações, nos foi colocada a decisão da verticalização e do “desejo” da alta direção de concentrar toda a atividade no Rio de Janeiro, o que estaria condicionado a uma mutualidade de interesses. Àqueles que manifestaram o interesse de permanecer nas UO foi dada a garantia de poder nelas permanecer, considerando inclusive que a tecnologia nos permite trabalhar em qualquer projeto de qualquer lugar. Muitos então colocaram em prática seus projetos pessoais, realizando investimentos locais de médio e longo prazos e agora vêem esses investimentos ameaçados pela decisão de transferência para a cidade do Rio de Janeiro. Mudanças às vezes são necessárias e geralmente temos resistência a elas, mas em sendo necessárias, precisam ser pensadas e planejadas da melhor maneira e considerando todos os impactos, especialmente quando se propõe uma mudança que afetará profundamente a qualidade de vida das pessoas. A produtividade é proporcional ao “bem estar” que está relacionado diretamente ao equilíbrio saudável entre a vida pessoal e a vida profissional. A decisão de centralização física no Rio de Janeiro impacta gravemente a motivação das pessoas, que buscarão outros desafios profissionais dentro e fora da empresa e, infelizmente, a Exploração poderá perder muitos profissionais. Poderá ainda perder também o brilho nos olhos e parte da força engajadora daqueles que porventura permanecerem na Exploração. É um contrassenso constatar que tudo isso está acontecendo praticamente na contramão do movimento de modernização e flexibilização da relação com o trabalho, da revolução digital (tão propalada dentro e fora da empresa) e suas ferramentas e possibilidades. Antes da verticalização da EXP, trabalhávamos com motivação, integração, autonomia, senso de realização, mesmo sabendo das restrições em termos de reconhecimento por não estarmos na Sede. A sensação de pertencimento ao EXP quando não fazíamos parte de sua estrutura formal, apenas da funcional, era muito mais forte, unânime; éramos mais EXP quando estávamos ligados formalmente à UO do que agora. A nova estrutura organizacional que retirou vários gerentes das bases gerou um grande distanciamento e falta de comunicação da Sede com os empregados e esse distanciamento não é geográfico, é estrutural, organizacional, pois acontece também na Sede. Diante do exposto, gostaríamos de solicitar que essa Gerência Executiva reconsidere e reavalie as decisões de centralização física na cidade do Rio de Janeiro, buscando alternativas viáveis que atendam à empresa e aos trabalhadores, para que a Exploração trabalhe de forma integrada, produtiva, vencendo os desafios como até aqui o fez, engrandecendo a nossa PETROBRAS e permitindo a realização pessoal e profissional de sua equipe. Corpo Técnico da EXPLORAÇÃO em Macaé, RJ