Dia 29 de janeiro é conhecido pelo Dia da Visibilidade Trans, data para afirmar a importância das lutas por este grupo de minoria
O dia 29 de janeiro é data nacional marcada pela luta da Visibilidade Trans, e traz reflexões de assuntos importantes para esse grupo de minorias e pouco respeitado pela sociedade, como nome social, saúde pública, segurança, e o respeito sobre quem é e quem sente ser. As pessoas trans buscam existir e ser reconhecidas como qualquer indivíduo.
Atualmente, uma travesti está sendo destaque no reality show “Big Brother Brasil”, Linn da Quebrada. Ela passou por alguns cenários transfóbicos, e o principal, o erro sobre o uso do pronome. Mesmo com uma tatuagem no rosto escrito “ela”, os episódios se repetiram algumas vezes no reality.
O problema de Linn se tornou o problema do Brasil. O assunto ganhou destaque e a busca por esse debate aumentou. Apesar ela não querer ser apenas um aval para discussões, se tornou referência por quem sempre buscou se enxergar na sociedade, na televisão ou em programas de tanto sucesso.
“Tenho uma história interessante de como a Linn tem sido surreal nesse programa. Venho de uma família conservadora, demorou anos para que eu tivesse um bom relacionamento com meus pais, nunca consegui fazê-los entender sobre como eu me sentia quando erravam meu nome ou pronome. Mas foi importante para mim ver que o que a Linn passou dentro da casa chegou até minha mãe a ponto que ela me defendesse e finalmente compreendesse o quanto era doloroso e desconfortável passar aquelas situações”, explica Danilo Costa, de 22 anos.
Pessoas trans ou travestis são marginalizadas pela sociedade e propositalmente esquecidas. As pautas são discutidas de forma lenta. Um dado publicado em fevereiro de 2021 aponta que o assassinato de pessoas trans cresceu em 75%, e faz dez anos que não há políticas públicas eficazes para proteção. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans. É preciso que a sociedade esteja disposta para ouvir sobre a diversidade que o povo tem.
“Para que essa data seja levada para fora da bolha social, é preciso que as pessoas trans tenham seu reconhecimento como indivíduos. Somos uma parte marginalizada na sociedade, esquecidos por ela”, complementa Danilo.
A representatividade de Linn mostra que a possibilidades, e que ela e outros são de suma importância para quem busca um pouco de esperança.
“A Linn não está no BBB apenas para isso, ela tem uma importância muito maior, mas na minha vida, em particular, essa foi a importância. O que mostra o quanto precisamos de mais representatividade na mídia, o quanto é importante o acesso de pessoas trans em todos os lugares”, finaliza Danilo.
Trans ou Travesti?
Travesti é um termo historicamente marginalizado, porém, se tornou uma identidade única e histórica da América latina. Também é usado pronome feminino, assim como mulheres trans. Pessoas transsexuais se reconhecem no feminino, masculino ou não-binário, neste caso que não se reconhece em nenhum dos gêneros. Essas são formas de identidade de gênero, como a pessoa se expressa para a sociedade.
A Prensa de Babel tem um manual da redação voltado para jornalistas, mas de acesso de todos, com orientação sobre o tema. Para conhecer clique aqui.
Abaixo alguns perfis no Instagram para se aprofundar sobre o assunto:
Alina Durso – @diário de umA travesti
Giovanna Heliodoro – @transpreta
Ágatha Irís – colunista da Mídia Ninja, Influência Negra e Ezatamenthy
Dri Maria – @blogueiratrans
Cleyton Bitencourt – criador de contéudo, @ftm_cleyy
Bernardo Gonzales – professor e colunista, @bergonzales
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.