Macaé registra 85 óbitos causados pela Covid-19 e mais de três mil casos confirmados da doença. E as vítimas, em sua maioria, são idosos, que tinham comorbidades e que integravam o grupo de risco.
Segundo a médica e epidemiologista, Karla Coelho, coautora do trabalho e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ Macaé, foram analisados os óbitos ocorridos pela pandemia do novo coronavírus. E para ela, é precisa pensar em ações para salvar o maior número de vidas.
Os pesquisadores da UFRJ Macaé analisaram as mortes. Foram 78 falecimentos no período estudado, desde o primeiro caso até o dia 20 de junho, totalizando dez semanas. De acordo com os pesquisadores, o pico da mortalidade pode ter ocorrido na 24ª semana epidemiológica, entre 07 e 13 de junho, mas que será preciso aguardar os dados das próximas semanas, após a reabertura de várias atividades comerciais. “Infelizmente, a morte é o desfecho mais duro e a análise do perfil de mortalidade, dos óbitos, é fundamental para a compreensão da pandemia”.
O professor Antônio Guimarães, outro autor da nota técnica do GT de Enfrentamento à Covid-19, também afirmou que um ponto importante foi a constatação da forte dependência da taxa de mortalidade com a idade. “Fiquei alarmado com letalidade desproporcional da doença nos idosos, mesmo já esperando algo assim. Eles realmente precisam ser muito protegidos da infecção”.
Os pesquisadores também constataram que a letalidade (proporção entre o número de mortes por uma doença e o número total de doentes) por Covid-19 em Macaé é maior entre homens do que entre mulheres, mesmo a população feminina sendo mais idosa na média que a masculina no município. A equipe do GT ainda estuda se os homens são mais expostos ao contágio ou mais susceptíveis ao desenvolvimento e agravamento da infecção.
O Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Covid-19 UFRJ Macaé realiza um trabalho multidisciplinar com participação de mais de 100 docentes, técnicos e alunos da UFRJ-Macaé e outras instituições da região, e desenvolve análises que acompanham o comportamento da pandemia no Norte Fluminense e Baixada Litorânea.