O PESO DA CÂMARA
Convenhamos que a avaliação das casas legislativas, nos diversos níveis pela população brasileira em geral, não costuma ser muito boa. Em Macaé não é diferente.
Nas eleições de 2012, o número de cadeiras na Câmara de Macaé subiu de 12 para 17. Dos 12 eleitos, em 2008, apenas seis (35% do total de novas vagas) foram reeleitos em 2012, sendo Welberth Rezende o segundo menos votado, entrando na casa legislativa por média, com 1.594 votos. Ele ficou a frente apenas de Manoel Francisco, que entrou por quociente partidário com 837 votos. Já em 2016, a reeleição alcançou nove dos 17 vereadores (53% das vagas) e Welberth foi o mais votado: 3.907 votos, 517 a mais que o segundo colocado.
O prefeito Dr. Aluízio Júnior foi eleito em 2012 com a promessa de um governo técnico. Aos poucos, coma política de “executivo de coalizão”, teve que ceder secretarias, cargos comissionados e algumas regalias para os vereadores para que garantissem a governabilidade. Foi o caso, por exemplo, à época, quando Dr. Eduardo Cardoso presidia a Câmara e Aluízio convidou o filho dele, Thales Coutinho, para que fosse vice na chapa de sucessão.
A tentativa de neutralizar a Câmara, inclusive com o poder de exonerar quem não o acompanhar na escolha para sucessão, esvazia a candidatura de Welberth, que que sempre contou muito com o apoio dos colegas vereadores. Alguns deles inclusive com problemas na Justiça. Essa semana, por exemplo, o juiz Sandro Lontra, da 3ª Vara Cível de Macaé, cassou o mandato do Julinho do Aeroporto por improbidade administrativa. O vereador, que é do PSDB, mesmo partido do prefeito Dr. Aluízio Júnior, está inelegível.
Welberth Rezende – um nome em busca de uma definição
Welberth foi diretor estadual do Sindicato dos Correios por alguns anos, mas foi como coordenador do Programa de Saúde da Família na gestão Riverton que se tornou conhecido e ganhou força política para se lançar vereador, em 2012.
Conhecido pela personalidade moderada e conciliadora, sempre foi da base de apoio de Dr. Aluízio como prefeito. Nas eleições de 2018, com o presidente estadual do Cidadania, Comte Bittencourt , que foi vice de Eduardo Paes, herdou votos e foi eleito deputado estadual. Más línguas afirmam que o respeito a Comte é tanto, que Welberth praticamente não nomeou ninguém para o gabinete na ALERJ, mantendo quase toda equipe que já trabalhava para Comte. Como deputado é Presidente da Comissão de Turismo.
Apesar de se autodeclarar pré-candidato a prefeito, ainda existem dúvidas sobre a definição, na medida em que precisa do apoio dos colegas vereadores e é integrante da base política de Dr. Aluízio Júnior, que já lançou Celinho Chapeta como pré-candidato oficial. Com o controle das secretarias e dos cargos comissionados na mão do prefeito, o fôlego de Welberth pode ser reduzido. Ainda mais, após o recente apoio do ex-prefeito Riverton a Igor Sardinha, ao que parece polarizando a disputa.
Assim como Guto Garcia que abriu mão da candidatura a pedido do alcaide, e como durante seus mandatos de vereador, Welberth acompanhou sempre o atual prefeito nos votos na Câmara. Resta saber se agora, ele terá pulso e firmeza para enfrentar o “chefe” dos últimos sete anos e oito meses. Pois o efeito “Chapeta” parece que, além de tirá-lo da fila para suceder Aluízio, também está minando apoio de outros líderes políticos.