O efeito voto de protesto
Em todas as eleições brasileiras, sempre houve o inusitado. Em 1958, os paulistanos elegeram para sua Câmara Municipal, o recém-chegado no zoológico da cidade o rinoceronte Cacareco,uma fêmea que teve quase 100 mil votos em um universo de 1.120.000 eleitores, próximo dos 10%. Um fenômeno.
Em 1988, a revista humorística Casseta Popular, lançou o querido Macaco Tião – conhecido por atirar suas fezes nos visitantes do zoológico do Rio – à prefeitura.
O resultado foram 400 mil votos que colocaram Tião como o 3º mais bem-colocado no pleito caso sua candidatura fosse validada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
De lá pra cá, assistimos vários votos de protesto, como Eneas em 1989 que virou verdadeiro fenômeno, e que mesmo prometendo que nunca se candidataria a outro cargo se não presidente da República, acabou se elegendo deputado federal por São Paulo com votação recorde: mais de 1,57 milhão de votos, com essa expressiva votação Enéas garantiu 5 vagas na Câmara, Uma para ele e mais cinco para candidatos de seu partido – quatro dos quais não tiveram mais de mil votos. Numa eleição que, em média, o deputado eleito precisava de cerca 161 mil votos.
O caso mais recente e que criou, inclusive uma lei com seu nome, foi do palhaço / candidato / deputado Tiririca que depois de ter eleito deputados de carona no seu quociente eleitoral, viu promulgada uma Proposta de Emenda à Constituição a PEC 40/2011 que, em resumo, impede que deputados com votações baixas assumam.
O bom humor brasileiro sempre acha novas formas de protesto e em 2018, o sucesso total foi do Cabo Daciolo que ficou a frente de fortes nomes, com mais recursos financeiros e tempo de TV, como Henrique Meireles, Marina Silva, Álvaro Dias etc.
Ricardo Bichão – a zebra correndo pela cerca externa
Natural de Macaé e filho de pais trabalhadores informais, mora na Nova Holanda, que o torna Bichão próximo da população, bom para quem quer se tornar prefeito de Macaé.
Bichão trabalha desde cedo para ajudar a família, carregando caixas de gelo no Mercado de Peixes aos nove anos, flanelinha aos 13, e aos 15 anos construiu seu primeiro barco. Aos 18 anos, virou pescador. Por ficar 4 dias em alto mar e só retornar quando a embarcação estivesse cheia de pescado ganhou o apelido: ‘Bichão’.
Dono da RS Navegação que atua no mercado offshore com diversas embarcações, ele garante não esquecer da importância do desenvolvimento social.
Bichão é filiado ao PRTB partido de Levy FIdelix e do vice-presidente da República General Mourão e não procura alianças partidárias.
Os que o conhecem de perto, afirmam que sua candidatura buscará justamente os votos de protesto. E que trata-se apenas de um balão de ensaio, na base do “Cacareco/Tião/Enéas/Tiririca” para futuros projetos políticos.
Quem viver, verá.