Macaé e a relação com os governos estadual e federal
Historicamente, Macaé tem buscado se alinhar com os governos estadual e federal. Aliás, normal em todo interior de estado. As razões, óbvias, é na política da boa vizinhança, conseguir mais recursos.
Ao contrário do estado do Rio de Janeiro que, desde que deixou de ser a Capital Federal, continuou “nacionalizando” o debate – e até por isso, perdeu muitos recursos por ser quase sempre de oposição – Macaé costuma manter o debate eleitoral no nível municipal, mas muitos prefeitos chegaram a se eleger por um partido e trocaram, no meio do mandato para melhor se afinar com os níveis mais altos da hierarquia executiva.
Carlos Emir Mussi era do PDT do governador Brizola. Silvio Lopes do PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Marcelo Alencar. Riverton foi eleito pelo PSDB do tio, mas ainda em seu primeiro mandato trocou para o (então) PMDB do governador Sergio Cabral e ainda trouxe, para o segundo mandato, Marilena Garcia (PT), do então presidente Lula, como vice. O atual prefeito Dr. Aluízio Júnior se elegeu pela inexpressiva sigla do PV, quase um “partido de aluguel” na medida em que seus eleitos dificilmente demonstram o compromisso com o meio ambiente que deveria ser a tônica identitária da sigla, mas em poucos meses, migrou para o PMDB de Cabral, Pezão, Picciani, Paulo Melo, Albertassi, Cunha (todos em algum momento presos) e mesmo do ex-presidente Temer. Deflagrados os escândalos do atual MDB, o prefeito Dr. Aluízio se desfiliou, ficou um bom tempo sem partido e recentemente ingressou no PSDB de Serra, Alckmin, Aécio e, mais recentemente, Doria em São Paulo e Paulo Marinho no Rio.
Nesse meio tempo, Dr. Aluízio flertou várias vezes com o lavajatismo e o bolsonarismo. Tendo mesmo lançado e elegido um candidato a deputado federal em 2018 do PSL. O delegado também federal Felício Laterça.
Alguns analistas, costumam indicar que a aproximação com Picciani antes, que deixou de dar certo assim que ele foi preso e boa parte do TCE sob seu comando afastada; assim como o apoio a Felício Laterça da PF depois, fizeram parte da estratégia de Dr. Aluízio de se “blindar” contra possíveis processos e riscos políticos desnecessários.
Felício Laterça – o delegado e deputado federal do PSL que rompeu com Bolsonaro
Laterça foi chefe da delegacia da PF de Macaé no período de janeiro de 2015 a 2018. Nesse ano, foi eleito para a Câmara Federal com 47.065 votos. Nascido em Campos, como candidato a prefeito de Macaé, possivelmente ele vai enfrentar certo bairrismo dos eleitores que não o reconhecem como “macaense” de fato. Assim como não perceberam, em 2012, Christino Áureo, que é nascido em Macaé, como “pertencente” à política local.
Fora isso, Laterça não conta, nessas eleições com o apoio do presidente Bolsonaro – quem levanta sua bandeira, hoje, é André Longobardi, o candidato do REPUBLICANOS, onde hoje estão filiados os herdeiros do presidente. Felício Laterça votou contra a nomeação do filho (02) Eduardo Bolsonaro para embaixador nos EEUU. E ficou no PSL, com a base mais lavajatista do partido. Enquanto assistia à aprovação do presidente despencar. Na queda de braços com o ex-ministro Sergio Moro, ao que tudo indica, ganhou o presidente, o ex-ministro sumiu dos holofotes e, recentemente, com sua turma mais radical calada e com o auxílio emergencial gritando, a avaliação de Bolsonaro voltou a subir.
É o próprio Laterça quem afirma suas principais bandeiras “liberal na economia, conservador nos costumes e contra a corrupção”. O liberalismo econômico, normalmente, não aposta na redução das desigualdades social e melhor condição de vida aos mais pobres. Resta saber, no estado de crise pandêmica, econômica e financeira, que ideias liberais trará o pré-candidato do PSL para melhorar o comércio, os empregos e a renda da população macaense.