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Perfis dos pré-candidatos a prefeito em Macaé: Célio Chapeta

Esse é Chapeta

SUCESSÃO MACAENSE: O DESAFIO DA MÁQUINA

A coroação de uma boa administração é marcada pela eleição do incumbente. O termo “incumbente” é dado pelo cientista político Antônio Lavareda para definir aquele que disputa na condição ter a “máquina a seu favor”. Em “Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais” (Objetiva, 2009), Lavareda afirma que há uma “assimetria de recursos entre incumbente e desafiante, entre o detentor do mandato e seu opositor”. O incumbente, no caso de uma reeleição, pode ser o próprio prefeito. No caso de uma sucessão, na qual o mandatário está impedido de competir, o incumbente é aquele que recebe suas bênçãos e todo arsenal com que a máquina conta. Lavareda continua em relação a quem tem a disputa do lado do poder:

Eles contam com um maior volume de recursos para a eleição, no sentido amplo. A lista é longa e inclui o controle da agenda, ou seja, detém a capacidade única de interferir administrativamente no debate eleitoral; a possibilidade concreta de transformar as alianças que lhe dão sustentação parlamentar em coligações eleitorais, com o consequente arco de apoio político e tempo de televisão (no nosso caso de Macaé = Rádio); uma posição privilegiada para angariar doações; uma equipe treinada que conhece os meandros da administração pública; um relacionamento continuado com os diversos setores da sociedade por meio de inaugurações, lançamentos e uma agenda de eventos; e o uso da máquina pública, em que, a titulo de exemplo, lembra-se que no primeiro semestre de ano eleitoral os governos podem gastar a média do que gastaram no total dos três anos (atualmente a lei mudou para três primeiros semestres dos três últimos anos) anteriores em verba de publicidade. (…) disputar confortavelmente a campanha (…) com “realizações” – existentes ou lançamentos virtuais –, contrapondo-se às meras “propostas” de seus oponentes. (LAVAREDA, 2009, p. 50 e 51) (grifos nossos)

A escolha por Chapeta e a maquina de moer sonhos de Aluízio/ reprodução

Pois já há alguns meses, o prefeito Dr. Aluízio enfrenta dificuldades em lançar e ver decolar nas pesquisas, um nome forte a sua sucessão. A primeira tentativa foi com o ex-secretário de Educação durante dois mandatos: no atual e no governo do ex-prefeito Riverton: Guto Garcia. Devido ao grau político moderado de Guto, Aluízio conseguiria neutralizar possíveis ataques de Riverton, que, segundo pesquisas não-registradas, segue muito bem avaliado, mesmo estando inelegível. Ao mesmo tempo, teria como “cabeça de chapa” um gestor da Educação, uma das pastas melhores avaliadas no atual governo. Guto carrega ainda um trunfo: um candidato que traz em si, até por sua personalidade, uma carga leve, sem a polêmica de outros nomes do cenário macaense. Porém, dissidências dentro do próprio governo Aluízio, que apostavam em outros nomes mais “administráveis”, viraram todas as baterias de blogs, Fake News, “gabinetes do ódio” contra Guto que, até por sua natureza pacífica, não respondeu. E acabou sendo excluído do processo, diante dos desgastes advindos mais de uma guerra psicológica do que de fatos.

Para tentar neutralizar a dissidência interna, Aluízio ensaiou mais uma tentativa: lançar o nome do delegado e deputado federal do PSL – que não acompanhou Bolsonaro na saída do partido – Felício Laterça. Talvez, como delegado federal, Laterça fosse capaz de impor certo temor aos ataques utilizados contra Guto pelo grupo que ainda controlava pedaços estratégicos do governo como a inteligência, por exemplo. O bairrismo macaense não permitiu que o nome do Laterça decolasse. Ele não é reconhecido na cidade como “macaense” muito menos “da gema”. Caso parecido aconteceu com Christino Áureo, em 2012, que, mesmo sendo macaense, passou muito tempo distante da cidade. O racha da família Bolsonaro com o PSL e os setores que apoiavam o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e o movimento lavajatista, enfraqueceram ainda mais o nome de Laterça. Outra carta fora do baralho, no pôquer do prefeito que, não se deve esquecer, é frio e calculista o suficiente para operar cérebros.

Não vingaram / Prensa

Outros nomes se sucederam como sugestões, tanto para a “cabeça de chapa”, como para vice, sempre tentando acalmar a Câmara e mantê-la unida no projeto de sucessão. Paulo Antunes, político experiente, que ocupou por diversas vezes a presidência da Câmara, também amigo de Riverton, tentou alçar voo, mas aparentemente não ganhou a confiança do prefeito. O filho do atual presidente Eduardo Cardoso, Thales Coutinho, foi cotado para vice em diversas ocasiões. Welberth Rezende, deputado estadual pelo Cidadania e com bom trânsito na Câmara também tentou, assim com Robson Oliveira, vereador suplente que atualmente ocupa uma cadeira legislativa e com forte atuação nas redes sociais. Porém, nenhum deles soube entoar o canto da sereia para a sedução do alcaide. Aluízio por sua vez, para reduzir o desgaste com a chamada “dissidência” dentro do governo, reza a rádio corredor da prefeitura, cortou verbas e poder dos moços que trabalhavam por trás dos panos como verdadeiros cardeais Richelieu.

CELIO CHAPETA – A ALTERNATIVA DE UM QUASE OUTSIDER

Dr. Aluízio ao lado de seu super secretário e amigo Célio Chapeta/ Reprodução

Eis que a pouco mais de 120 dias das eleições, Dr. Aluízio saca da cartola o nome de Célio Chapeta. Mas quem é esse ser ungido que chega aos 40 minutos do segundo tempo para mexer em todo tabuleiro político macaense?

Célio Chapeta é conhecido pela “velha guarda” apenas como comerciante tradicional e honesto mas, ao mesmo tempo, um amigo próximo do atual prefeito. Daqueles que se manteve unido e cumprindo ordens desde o primeiro mandato iniciado em 2013.

Aparentemente, a escolha para ocupar um cargo de secretário, além da amizade com o prefeito, veio no esteio da proposta de imprimir na gestão que nascia, uma imagem de um governo técnico, em oposição à “velha política”. Em pouco tempo, esse “governo técnico” começou a se desmanchar e a primeira leva de secretários foi se esfacelando, em nome da governabilidade, do executivo de coalizão, e dando espaço a nomes indicados por vereadores da base de apoio ao governo.

Ao contrário dos que debandaram ou foram debandados, Célio Chapeta não só permaneceu no governo, como foi acumulando mais e mais poder na administração. Ampliou os tentáculos na direção de onde existem empreiteiros e recursos.

Até abril de 2020, quando precisou se descompatibilizar para concorrer às eleições, mesmo antes de definido o cargo, comandou a secretaria de Infraestrutura, uma “supersecretaria”, com o polpudo orçamento das pastas de Obras, Serviços Públicos, Interior, Saneamento e Habitação, totalizando um quarto do orçamento municipal, cerca de R$ 420 milhões anuais.

Mesmo com tanto poder, Chapeta passou oito anos longe dos holofotes políticos. Em um país onde a maior parte da corrupção descoberta recentemente passa pelas empreiteiras, é aconselhável recato para quem lida com elas e com esse volume de dinheiro. Discreto, Chapeta evitou possíveis pancadas, mas, ao mesmo tempo, permaneceu oito anos sem grandes feitos para mostrar.

Pesquisando a fundo as realizações das secretarias que geriu, é impossível encontrar algum legado significativo para Macaé. Mesmo com a grandeza dos números do orçamento, o que se viu foram o Centro de Convenções, o Ginásio Poliesportivo, o Parque da Cidade, o Moacyrzão e os terminais de ônibus literalmente se desmanchando. A Rodoviária só recebeu uma pequena reforma, depois que o teto caiu ferindo uma usuária. Os trens do VLT estão se estragando há 8 anos, abandonados na Estação. Algumas das “grandes obras” inauguradas logo no começo da gestão de Dr. Aluízio, como o Mercado de Peixes e a rodovia Norte-Sul foram pensadas, planejadas, empenhadas e praticamente construídas ainda no governo Riverton.

Nenhum espaço de lazer ou nenhuma recuperação de área, ações comuns de uma gestão de infraestrutura, ficou com a marca de Célio Chapeta.

Muitos moradores o elogiam, como sempre presente e prestativo para atender pequenas demandas. Mas complementam: como secretário se limitou apenas ao trivial. Fica a pergunta: será que Chapeta conseguirá empolgar como candidato a prefeito?

Dizem que Dr. Aluízio já mandou recado a todas as secretarias e aos vereadores que tem cargos nomeados: ou se está com o candidato do governo, ou se está fora. Isso pode inviabilizar alguns nomes que estão colocados para o pleito. Quem viver, verá.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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