Por Rafael Alvarenga
Desde 2013 o Campeonato brasileiro é disputado através do sistema de pontos corridos. São dois turnos onde todos jogam contra todos e ao fim a equipe com mais pontos conquistados levanta o caneco.
Os adeptos desse sistema argumentam que assim o campeonato fica mais justo. Vence o melhor e ponto final. Ora, temos aqui um padrão ético consequencialista. Independente do time jogar bonito, ser inovador no sistema tático e marcar a história com golaços e jogadas brilhantes, basta que ele vença. Importa o fim, não os meios.
Ocorre que esse formato vem da Europa, onde está a FIFA. Lá os campeonatos nacionais são disputados através dos pontos corridos. Entretanto, a suntuosa Liga dos Campeões Europeus não funciona dessa forma. Os clubes são divididos em grupos e esses se classificam para a fase de mata-mata. Um sistema semelhante ao das Copas do Mundo de Futebol e da Copa Libertadores da América.
Curioso é que ninguém questiona o título europeu do Real Madrid, o sul-americano do Atlético Nacional da Colômbia e tampouco o mundial da Alemanha. Quer dizer que o sistema dos pontos corridos é mais justo apenas quando a questão são os campeonatos nacionais? Quanto o assunto são campeonatos continentais ou mundiais ele é menos justo, ou menos o que?
Particularmente não sou a favor de o Brasileirão ser disputado através de pontos corridos. Prefiro finais ainda que meu time termine a fase de grupos em primeiro lugar. Quem vê a final de um campeonato não esquece, mesmo que seu time não esteja jogando. Enquanto isso, na era dos pontos corridos, mal sabemos quem foi o campeão brasileiro de 2013. Você sabe?