Não é exagero dizer que a vida do usuário de transporte alternativo buziano vai ficar bem mais complicada a partir de junho, quando a tarifa das vans vai passar a custar R$ 5, um aumento de 25% em relação ao valor atual. Colocando os gastos na ponta do lápis, é possível dizer que os passageiros terão que apertar o cinto para fazer o novo preço caber no orçamento.
Levando em conta que o passageiro utilize o transporte de van, no trajeto de ida e de volta, o aumento no gasto diário será de R$ 2. Multiplicando-se o valor pela média mensal de 22 dias trabalhados, a despesa vai a R$ 44.
Ao longo de um ano, no caso, onze meses, levando-se em conta o período legal de um mês de férias, o peso no bolso será de R$ 484, valor que poderia ser investido em alimentação, vestuário ou lazer, por exemplo.
A situação piora se o uso das vans para deslocamento for associado ao dos ônibus. Entretanto, as linhas intermunicipais, que cumprem trajetos bem maiores do que os dos veículos que circulam somente em solo buziano custam entre R$ 6 e R$ 6,75, dependendo da disponibilidade de ar condicionado.
Evidentemente, a situação agradou em nada os usuários que dependem do modal. Nos comentários das redes sociais da Prensa, muitas reclamações sobre o aumento comparado à qualidade do serviço prestado, sobretudo em termos de condições de preservação da frota.
“Pagando esse preço, me sinto no direito de exigir um transporte de altíssima qualidade. Primeiro: os carros são praticamente lata velha, conforto e comodidade zero”, desabafou um internauta.
Outra leitora ponderou a necessidade de aumento no número de carros em circulação.
“Concordo que a manutenção das vans custa caríssimo, mas vejo que a população de Búzios aumentou muito e essa quantidade de vans não comporta mais tantos passageiros”, respondeu.
Chefe do Legislativo se posiciona contra aumento, mas evita atrito
O assunto do aumento de 25% na passagem das vans tomou conta da cidade nesta terça-feira (9) e ecoou na sessão da Câmara, onde o presidente Rafael Aguiar (Republicanos) se pronunciou de forma contrária à iniciativa da CooperBúzios.
Em postagem nas suas redes após à sessão, Rafael chegou a classificar o aumento como “abuso” em razão da falta de manutenção das vans. Por outro lado, disse entender que famílias dependem do trabalho das cooperativas.
Sem especificar o que pretende, Rafael disse que será sugerida uma opção para beneficiar os dois lados.
“São dois lados da moeda, porém estamos trabalhando para chegar num denominador comum, onde ambos os lados serão beneficiados”, afirmou.