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Parque Estadual da Costa do Sol registra 23 focos de incêndio em 72 horas

incendio pecs
Incêndio no Parque Estadual da Costa do Sol

O Parque Estadual da Costa do Sol, unidade de preservação ambiental que abrange seis municípios da Região dos Lagos, registrou 23 focos de incêndio em 72 horas. As informações divulgadas apontam que os incêndios têm se intensificado principalmente na primeira quinzena deste ano, com dois pontos especificamente pegando fogo há 36 horas, até esta quinta-feira (17).

As cidades alcançadas pelo Parque Estadual, criado em 2011 através de Decreto Estadual, são Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia, num total de 9.841 hectares de conservação ambiental. A função do Parque Estadual da Costa do Sol, o PECS, é assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e dos ecossistemas associados da região das baixadas litorâneas, como restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas, entre outros.

Os parques estaduais possibilitam ainda a recuperação das áreas degradadas, a preservação das populações de animais e também das plantas nativas, que servem de refúgio para espécies migratórias raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas. Oferecem para a população também oportunidades de visitação, recreação, interpretação, educação e pesquisa científica, além da criação de um turismo ecológico, e do desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis no seu entorno.

Denise Pena, membro do Conselho Consultivo do PECS, também representante do  Grupo GEMA – Educação para o Meio Ambiente e integrante  da diretoria da Associação de Amigos de Jacarepiá , a AMILA, coordena o Grupo de Trabalho que acompanha a construção do Plano de Manejo do PECS e comenta a situação alarmante de incêndios no Parque, apontando que são vários os fatores que estimulam o surgimento dos incêndios florestais, com destaque a dois, a impunidade e o enfraquecimento das políticas públicas que cuidam da proteção ambiental.

“Sobre a impunidade, temos várias pessoas que utilizam as queimadas como prática de limpeza dos terrenos, que agravado ao forte vento que faz em nossa região, fatalmente, isso extravasa para as áreas vegetadas. Há também pessoas que gostam de atear fogo, muitas vezes pela falta de educação ambiental ou por não compreenderem a função reguladora do clima que uma natureza preservada proporciona. Muitos não entendem a importância da preservação para a fauna, vegetação ou reprodução das espécies animais e vegetais” explica Denise.

“Há também outra questão grave que ocorre em todo o Parque, que é a criação de gado solta. São pessoas que trazem os bois de manhã, de bicicleta, à pé ou de carro, tocando o gado, largam os animais na região e retornam no final da tarde para buscá-los. Muitos deles incendeiam os locais em que cuidam do gado para que se renove o capim, e infelizmente, causam enormes tragédias. Na primeira semana de Janeiro, por exemplo, tivemos um incêndio enorme que consumiu mais de 50 hectares na área em torno da Lagoa de Jacarepiá, em Saquarema, por incêndio para a renovação do pasto pro gado.Há dois atrás, nós da AMILA (Associação de amigos da Lagoa de Jacarepiá) da qual faço parte, classificamos o incêndio como criminoso” continua.

Se de um lado encontra-se a prática das queimadas e da falta de consciência ambiental, por outro os ambientalistas e ativistas pela natureza na Região do Lagos se deparam com políticas públicas flexíveis e falta de recursos para realizar a correta manutenção das áreas.

“Percebemos o baixo compromisso do Estado com o problema, este enfraqueceu tremendamente o contingente de guarda-parques que tínhamos disponíveis e que nos permitia realizar um acompanhamento por núcleo, que são quatro no PECS. Perdemos também em números de viaturas, em equipamentos com capacidade para dar conta do início dos focos, temos apenas um. Não houve estímulo também para a criação de brigadas voluntárias, logo no início, então fica difícil cuidar de um parque tão importante, grande e fragmentado como o PECS sem ter um apoio efetivo e compromissado por parte do órgão gestor” desabafa Denise.

Denise coloca ainda que o Instituto Estadual do Meio Ambiente, o INEA, possui profissionais ótimos e comprometidos com a questão ambiental, mas em especial o Parque Estadual da Costa do Sol vem sentindo as ações enfraquecidas e de certa forma desarticuladas: “Tivemos fases em que a gestão do INEA foi bastante compromissada, permitindo inclusive a criação do parque e da própria carreira de guarda parque, contrataram efetivos da carreira, destinaram  recursos para a administração das unidades de conservação. A natureza e nós, os que nos beneficiamos dela, estamos sem muitas opções, estamos correndo atrás do fogo, e não antes dele,  não estamos trabalhando para a prevenção”.

As Prefeituras, conta Denise, também não têm se envolvido com a preservação do Parque, muitas vezes desviando os guarda parques de função, atuando estes no auxilio ao trânsito em locais de praia, por exemplo.

“Nossas equipes se encontram sem o material adequado, sem viaturas, estamos enfrentando os incêndios praticamente de mãos vazias, nesses primeiros quinze dias. Tivemos baixa umidade, muitos ventos e calor, e isso alastrou o fogo em grandes proporções. Na primeira semana, ainda conseguimos o apoio do helicóptero, que é um apenas pro Estado inteiro” lamenta .

No Conselho Consultivo do Parque, a equipe se empenha para finalizar o plano de manejo da unidade, priorizando os setores que são considerados de maior relevância. “Precisamos garantir que a área técnica predomine nas tomadas de decisão. Há interesses externos, com fins imobiliários, que almejam entrar na área do parque para construir condomínios ou desenvolver um turismo predatório e precisamos avançar contra essas ações. É uma luta que toda a sociedade precisa enfrentar e somente com a participação popular ativa conseguiremos proteger este patrimônio único e maravilhoso, com várias espécies endêmicas, até mesmo em risco de extinção, que possuímos no PECS. Para nós e para as próximas gerações” conclui Denise.

Outro foco de incêndio no PECS

Parque Estadual da Costa do Sol registra 23 focos de incêndio em 72 horas

incendio pecs
Incêndio no Parque Estadual da Costa do Sol

O Parque Estadual da Costa do Sol, unidade de preservação ambiental que abrange seis municípios da Região dos Lagos, registrou 23 focos de incêndio em 72 horas. As informações divulgadas apontam que os incêndios têm se intensificado principalmente na primeira quinzena deste ano, com dois pontos especificamente pegando fogo há 36 horas, até esta quinta-feira (17).

As cidades alcançadas pelo Parque Estadual, criado em 2011 através de Decreto Estadual, são Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia, num total de 9.841 hectares de conservação ambiental. A função do Parque Estadual da Costa do Sol, o PECS, é assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e dos ecossistemas associados da região das baixadas litorâneas, como restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas, entre outros.

Os parques estaduais possibilitam ainda a recuperação das áreas degradadas, a preservação das populações de animais e também das plantas nativas, que servem de refúgio para espécies migratórias raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas. Oferecem para a população também oportunidades de visitação, recreação, interpretação, educação e pesquisa científica, além da criação de um turismo ecológico, e do desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis no seu entorno.

Denise Pena, membro do Conselho Consultivo do PECS, também representante do  Grupo GEMA – Educação para o Meio Ambiente e integrante  da diretoria da Associação de Amigos de Jacarepiá , a AMILA, coordena o Grupo de Trabalho que acompanha a construção do Plano de Manejo do PECS e comenta a situação alarmante de incêndios no Parque, apontando que são vários os fatores que estimulam o surgimento dos incêndios florestais, com destaque a dois, a impunidade e o enfraquecimento das políticas públicas que cuidam da proteção ambiental.

“Sobre a impunidade, temos várias pessoas que utilizam as queimadas como prática de limpeza dos terrenos, que agravado ao forte vento que faz em nossa região, fatalmente, isso extravasa para as áreas vegetadas. Há também pessoas que gostam de atear fogo, muitas vezes pela falta de educação ambiental ou por não compreenderem a função reguladora do clima que uma natureza preservada proporciona. Muitos não entendem a importância da preservação para a fauna, vegetação ou reprodução das espécies animais e vegetais” explica Denise.

“Há também outra questão grave que ocorre em todo o Parque, que é a criação de gado solta. São pessoas que trazem os bois de manhã, de bicicleta, à pé ou de carro, tocando o gado, largam os animais na região e retornam no final da tarde para buscá-los. Muitos deles incendeiam os locais em que cuidam do gado para que se renove o capim, e infelizmente, causam enormes tragédias. Na primeira semana de Janeiro, por exemplo, tivemos um incêndio enorme que consumiu mais de 50 hectares na área em torno da Lagoa de Jacarepiá, em Saquarema, por incêndio para a renovação do pasto pro gado.Há dois atrás, nós da AMILA (Associação de amigos da Lagoa de Jacarepiá) da qual faço parte, classificamos o incêndio como criminoso” continua.

Se de um lado encontra-se a prática das queimadas e da falta de consciência ambiental, por outro os ambientalistas e ativistas pela natureza na Região do Lagos se deparam com políticas públicas flexíveis e falta de recursos para realizar a correta manutenção das áreas.

“Percebemos o baixo compromisso do Estado com o problema, este enfraqueceu tremendamente o contingente de guarda-parques que tínhamos disponíveis e que nos permitia realizar um acompanhamento por núcleo, que são quatro no PECS. Perdemos também em números de viaturas, em equipamentos com capacidade para dar conta do início dos focos, temos apenas um. Não houve estímulo também para a criação de brigadas voluntárias, logo no início, então fica difícil cuidar de um parque tão importante, grande e fragmentado como o PECS sem ter um apoio efetivo e compromissado por parte do órgão gestor” desabafa Denise.

Denise coloca ainda que o Instituto Estadual do Meio Ambiente, o INEA, possui profissionais ótimos e comprometidos com a questão ambiental, mas em especial o Parque Estadual da Costa do Sol vem sentindo as ações enfraquecidas e de certa forma desarticuladas: “Tivemos fases em que a gestão do INEA foi bastante compromissada, permitindo inclusive a criação do parque e da própria carreira de guarda parque, contrataram efetivos da carreira, destinaram  recursos para a administração das unidades de conservação. A natureza e nós, os que nos beneficiamos dela, estamos sem muitas opções, estamos correndo atrás do fogo, e não antes dele,  não estamos trabalhando para a prevenção”.

As Prefeituras, conta Denise, também não têm se envolvido com a preservação do Parque, muitas vezes desviando os guarda parques de função, atuando estes no auxilio ao trânsito em locais de praia, por exemplo.

“Nossas equipes se encontram sem o material adequado, sem viaturas, estamos enfrentando os incêndios praticamente de mãos vazias, nesses primeiros quinze dias. Tivemos baixa umidade, muitos ventos e calor, e isso alastrou o fogo em grandes proporções. Na primeira semana, ainda conseguimos o apoio do helicóptero, que é um apenas pro Estado inteiro” lamenta .

No Conselho Consultivo do Parque, a equipe se empenha para finalizar o plano de manejo da unidade, priorizando os setores que são considerados de maior relevância. “Precisamos garantir que a área técnica predomine nas tomadas de decisão. Há interesses externos, com fins imobiliários, que almejam entrar na área do parque para construir condomínios ou desenvolver um turismo predatório e precisamos avançar contra essas ações. É uma luta que toda a sociedade precisa enfrentar e somente com a participação popular ativa conseguiremos proteger este patrimônio único e maravilhoso, com várias espécies endêmicas, até mesmo em risco de extinção, que possuímos no PECS. Para nós e para as próximas gerações” conclui Denise.

Outro foco de incêndio no PECS

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