Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Hospital da Mulher receberam nessa terça-feira (9), na Câmara dos Vereadores, o pai e a avó do bebê que nasceu morto e foi supostamente enterrado como indigente sem autorização da família em Cabo Frio. O depoimento prestado pelos parentes do bebê entrará no relatório da Comissão.
Ao G1, o pai da criança, Renato, afirma que o enterraram sem avisar a ninguém. “O meu filho foi enterrado como indigente. Nem a roupa que tínhamos separado para ele usar, assim que saísse da maternidade, foi colocada nele. Ele foi enterrado enrolado em um pano”, lamentou o pai.
No encontro, o presidente da comissão, Ricardo Martins (SD), disse que ofícios serão enviados aos novos diretores da unidade hospitalar, solicitando todos os registros de atendimento da paciente que perdeu o bebê no último sábado (06) e informações sobre quem autorizou o sepultamento da criança sem a autorização dos pais.
A avó fez duras críticas ao médico que, segundo ela, foi negligente com a nora. Também ao G1, a senhora falou que “Isso não é justo com ninguém. Eu quero solução para este problema. Eu exijo que tudo seja resolvido pelas autoridades. O médico que fez isso tem que parar de trabalhar. Ele nem serve para trabalhar como veterinário porque nem cachorro merece ser tratado do jeito que a minha nora foi”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da CPI, os responsáveis de plantão – médicos, assistentes sociais – os responsáveis pela indicação da funerária, e o coveiro responsável pelo sepultamento da criança serão convocados para prestar esclarecimentos a Comissão Parlamentar, mas sem data definida.
Prefeitura responde
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que “o procedimento padrão em caso de morte de recém-nascido foi cumprido. O Hospital da Mulher emitiu a certidão de óbito para a família, que foi ao cartório pegar a guia de sepultamento – a mesma foi entregue à funerária.
O procedimento padrão requer que esta guia seja apresentada de novo a unidade de saúde, para que o corpo seja liberado. Assim foi feito; só que neste caso, os representantes da funerária é que foram requerer o corpo. O sepultamento não é de responsabilidade do Hospital e sim da funerária.
É importante ressaltar que nos colocamos à disposição dos familiares para esclarecimentos e somos solidários à dor da perda. Mas não podemos apoiar ações que depredem o patrimônio público e coloquem em risco servidores e até pacientes que estejam na unidade.
Na noite de ontem, um grupo invadiu o hospital, promoveu um ‘quebra-quebra’ na recepção e, inclusive, temos relatos da recepcionista que afirma que levou um soco de um dos integrantes do grupo”.