Padre da Paróquia de Santo Antônio explica a abordagem do tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, na Campanha da Fraternidade de 2021
Nessa quarta-feira (17), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a abertura da Campanha da Fraternidade de 2021, tradicional cruzada promovida por grupos católicos que se mobiliza para arrecadar doações. Com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a iniciativa deste ano tem o intuito de apoiar a luta contra a violência sofrida pelas minorias, incluindo a população LGBTQ+, o que gerou insatisfação em cristãos mais conservadores.
Mesmo sendo realizada desde 1962, este será o quinto ano que a campanha será feita de forma ecumênica, em parceria com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Batistas do Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia). Por conta da proposta, algumas igrejas recuaram na decisão de efetuar a ação.
O Padre Gleison, da Paróquia de Santo Antônio, em Macaé, explicou à Prensa seu ponto de vista quanto ao tema da campanha e comentou sobre os debates de igualdade.
“Diferentemente de temas de outras campanhas onde tínhamos o foco em um determinado momento do ano, ou seja, a quaresma, o tema deste ano já nos faz ver que há tempo estamos vivenciando, buscando a unidade entre diferentes. Há anos que a paróquia, onde estou, vem realizando ações conjuntas com irmãos evangélicos, espíritas, umbandistas e até com pessoas que não professam um credo religioso mas que se unem para fazer o bem às pessoas, sem olhar a quem.
Penso que o problema da discussão sobre a campanha da fraternidade deste ano está em colocar mais atenção no papel de presente e não no presente em si, valorizar mais o envelope que a carta, mais o estojo que a joia.
Que o texto da campanha da fraternidade deve ser visto no seu contexto e não apenas julga-lo por alguns pontos. Vale aquela máxima atribuía a santo Agostinho: ‘No essencial, a unidade; na dúvida, a liberdade; em tudo, a caridade’.
Penso que enquanto estivermos rotulando tipos de pessoas havidas e por haver estaremos gerando ódio e divisão. Prefiro viver reconhecendo que somos gente. Gente que ama gente e que cuida de gente”.
A Prensa entrou em contato com outras igrejas da Costa do Sol para entender se a Campanha será realizada, e aguarda respostas.