Nesta semana, eu me posicionei sobre a decisão da Prefeitura de Macaé de retirar a UFF e a UFRJ das salas que ocupam no Prédio Administrativo da Cidade Universitária. A reação do Governo municipal e de seus “guardiões”, e do próprio prefeito Welberth, foi de tentar desqualificar minha opinião. Insinuaram que eu não havia esquecido o resultado eleitoral, por isso as críticas. Mas, na verdade, a situação é o inverso, pensem comigo.
É preciso deixar claro o tamanho desse Governo no conjunto da sociedade. Um Prefeito eleito no último dia 15 de novembro, com menos de ¼ de votos dos eleitores macaenses. Isso mesmo: menos de 25% do nosso povo votou nele. Um Governo minoritário, que a sociedade macaense não se vê nele precisa saber que seus desafios são muito maiores que abafar críticas.
O atual Prefeito foi eleito com 26 mil votos – a menor votação para o cargo, em 20 anos. Em 2000, Sylvio Lopes (30 mil votos); 2004, Riverton Mussi (39 mil); 2008, Riverton Mussi (41 mil); 2012, Aluízio (70 mil); e 2016, Aluízio (63 mil). Considerando que há duas décadas, o eleitorado era menos da metade.
E aí é preciso deixar algumas coisas bem claras! Diferente do Governo que “ganhou”, mas não garantiu legitimidade no voto, eu, mesmo perdendo pelas regras, atingi mais votos do que sete vereadores eleitos. Uma considerável parcela da população macaense considera e pede que eu siga debatendo Macaé. E, para isso, a eleição é apenas um detalhe.
Não é a investidura em cargos que define a autoridade. Mas a sabedoria de estar a serviço, dialogando com as forças vivas da sociedade que está inserido. Governo é parte da sociedade, não é maior. Imagine só delegar apenas aos que ocupam cargos eletivos o papel de opinar e debater a vida da gente? Eu não acho que seria bom, a olhar pela timidez da “nova” Câmara.
Mas se para o Governo Welberth e seus guardiões a opinião de um ex-vereador é apenas choro eleitoral, qual a justificativa para tantos ex-vereadores derrotados na mesma eleição ocuparem secretarias no Governo? O problema é não saber conviver com a crítica.
Conclusão: quem não esqueceu a eleição foi o próprio Governo, pois sabem que são os menores da história. Quanto a mim, já falei algumas vezes. Por conta das regras eleitorais, não ganhei uma eleição. Mas eles não ganharam meu silêncio. Termino com Santo Agostinho, “prefiro os que me criticam porque me corrigem, aos que me bajulam porque me corrompem”.
- Marcel Silvano é jornalista e militante. Exerceu o cargo de vereador por dois mandatos em Macaé.