[OPINIÃO] Guardas Municipais e as multidões

A Prefeitura Municipal de Búzios, divulgou que na última quarta-feira, um grupamento de guardas municipais, se deslocou até a Cidade Nova, no Rio de janeiro para o Curso de Controle de Distúrbio Civil do Batalhão De Choque da Policia Militar (PMERJ).
A ideia é ensinar técnicas de controle de multidão, de menor potencial ofensivo, pelo menos a nota diz, inclusive com a presença do prefeito André Granado, supervisionando o curso. Diante do quadro de insegurança, seja ela induzida ou real, uma ação como essa pode ser considera boa, agradável aos eleitores.
A foto, que circulou nos grupos de whatsapp, do curso, no entanto, nos diz outras coisas, nos coloca questões e estamos aqui para apontá-las. Guardas municipais buzianos levando jatos de spray de pimenta no rosto, a queima-roupa, primeiramente, é ofensivo, não acham?
Diante da suposta rigidez do treinamento e os danos decorrentes de um jato de spray de pimenta a essa distância, qual é a multidão ou manifestação prevista para um treinamento desse porte? Pensem na rotina buziana, suas atividades e movimentos. Quais seriam necessários jatos de spray de pimenta? E por qual motivo?
A foto é um impacto, quiçá o vídeo, também circulando pelo grupos de whatsapp, de Chita de Sá sendo imobilizado de forma truculenta, após, aparentemente, uma infração de trânsito? Abordagens como essa serão a tônica de Búzios, a partir de então?
Uma cidade que se diz cosmopolita, ou pelo menos, se quer ser cosmopolita, precisa pensar numa maneira de garantia da livre manifestação de pensamento ou atividade, seja ela de cunho político ou cultural. A diversidade de opiniões e expressões é salutar para a democracia e não se pode, sobre o véu da segurança, criar-se estratégias para minar essa proposta de evento.
E outra coisa, antes de garantir a integridade do cidadão buziano, se garanta a integridade dos Guardas Municipais, pois se um treinamento para se ter menor potencial ofensivo no trato com os cidadãos, se toma spray de pimenta a queima-roupa, imagina se o treinamento for se abordar áreas consideras violentas?
Estamos de olho, na defesa da cidadania e da democracia!