Investigação de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas acontece em três estados e no Distrito Federal simultaneamente
Na manhã desta quarta-feira (25), os cabo-frienses acordaram com uma operação da Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, que foi batizada de “Kryptos”. Os investigadores cumprem mandados de busca e apreensão em um escritório, localizado no Edifício Premier Center, no Parque Riviera. A investigação apura fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. O proprietário da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, foi preso nesta manhã em uma mansão em Itanhagá, Zona Oeste do Rio.
Ele é suspeito de chefiar o sistema de pirâmides ou “esquemas ponzi” na Região dos Lagos. Os policiais apreenderam na casa dele reais, dólares e euros em espécie e até barras de ouro. Em espécie foram apreendidos R $20 milhões. Além de Glaidson, um homem foi preso no Aeroporto de Guarulhos (SP), tentando fugir para Punta Cana, na República Dominicana.
Segundo as investigações, Glaidson prometia lucro de 10% nos investimentos em criptomoedas. Ainda de acordo com a PF, nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses.
Em abril deste ano, mais de R$ 7 milhões foram apreendidos em um helicóptero em Búzios. O dinheiro estava em três malas e, de acordo com as investigações, seria levado para São Paulo por um casal que trabalhava para a GAS Consultoria Bitcoin.
Ao todo, cerca de 120 policiais cumprem sete mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal. Os mandados foram destinados pela 3° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A operação foi batizada de “Kryptos”, um termo grego para designar o ”oculto” ou o ”escondido” e que, por sua vez, deu origem ao termo cripto.
Os investigados poderão responder nas medidas das respectivas responsabilidades, pelos crimes de gestão fraudulenta, emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais, e caso sejam condenados podem cumprir uma pena de até 26 anos.
O crescimento do mercado de criptomoedas ou moedas virtuais foi assunto do Fantástico, da Rede Globo, há duas semanas. Segundo a reportagem, pelo menos, dez empresas estão sendo investigadas na região. Cabo Frio, em especial, ganhou o apelido de Novo Egito.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.