Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão nas ruas do Rio de Janeiro e de Cabo Frio, nesta quinta-feira (11) cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. O objetivo é desarticular a organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.
Nesta Operação Flyer One, quarta fase da Operação Kryptos, as investigações apontaram que o empresário Glaidson Acácio, o Faraó dos Bitcoin, preso em agosto do ano passado por esquema de pirâmide financeira pela empresa GAS Consultoria, se associou ao narcotraficante Pablo Escobar para expandir esquema de criptomoeda para os Estados Unidos da América (EUA).
Entre os alvos, estão Ricardo Rodrigues Gomes, vulgo Piloto, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa do ex-garçom, Brynne Ghisoni Gomes.
Segundo a Polícia Federal, 25 policiais estão atuando nesta operação, que também inclui os alvos, que estão nos EUA, na difusão vermelha (red notice) da Interpol. Nesta fase da operação, foram apreendidos dez veículos de luxo, avaliados em cerca de R $6 milhões.
De acordo com a investigação, a organização criminosa estendeu sua atuação ilícita para o exterior, promovendo a atividade de captação de recursos financeiros de terceiros nos Estados Unidos, Portugal e outros países.
O esquema
As investigações apontam que nos Estados Unidos a estruturação ocorreu por meio do piloto Ricardo Rodrigues Gomes, um dos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel comandado por Pablo Escobar, que foi condenado por tráfico internacional de drogas. Ele conseguiu sair do Brasil com passaporte falso e criou uma empresa em solo americano.
A atividade, de acordo com as investigações, se desenvolveu por meio da utilização de documentos falsos, notadamente mediante a criação de invoices sem lastro, a fim de que fosse justificada a profusão de depósitos nas contas da empresa criada em solo americano. A saída dos valores se dava por meio do depósito, em favor do líder da organização criminosa de criptoativos, o ex-garçom Glaidson, lastreados no dólar americano, também chamados de stablecoins.
Além disso, ele foi o responsável por viabilizar a documentação necessária à estada dos líderes da organização criminosa no país americano, bem como por satisfazer uma série de seus desejos pessoais, como a aquisição de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, por meio da utilização de sua filha como interposta pessoa.
Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.