A manhã desta terça-feira (28) foi marcada por uma megaoperação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, envolvendo cerca de 2,5 mil agentes das forças estaduais e federais de segurança. A ação, considerada uma das maiores e mais letais da história, resultou na prisão de mais de 100 suspeitos ligados ao Comando Vermelho e na morte de ao menos 64 pessoas, segundo balanço do Governo do Estado. Os números seguem crescendo nesta quarta-feira (29). A Prensa acompanha a divulgação dos números pelo governo estadual.
A operação, que também se estendeu à Penha e a regiões próximas, provocou apreensão entre moradores e impacto na rotina de transporte da capital. Contudo, para os moradores da Região dos Lagos, a Polícia Militar informou que não há registros de reflexos ou incidentes relacionados ao confronto.
Durante a coletiva sobre a operação, o governador Cláudio Castro (PL) criticou o que classificou como uma “ausência de apoio do governo federal” nas ações de combate ao crime organizado no estado. Segundo ele, o Rio “vem enfrentando sozinho o peso de combater facções que atuam nacionalmente”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu às declarações afirmando que o governo federal “não se nega a ajudar o Rio de Janeiro”, mas que o enfrentamento à violência exige “planejamento, integração e inteligência, e não ações pontuais que resultam em mais mortes”. Lula acrescentou que o Ministério da Justiça “mantém aberto o diálogo com o governo estadual para cooperação técnica e apoio institucional”.
O 25º Batalhão de Polícia Militar informou que o policiamento em toda a Região dos Lagos (Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Iguaba Grande e Araruama) está reforçado e atuando de forma preventiva. Até o momento, não há qualquer registro de ocorrências relacionadas ao conflito ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. “As viaturas estão posicionadas em pontos estratégicos, conforme o planejamento operacional do batalhão, garantindo a tranquilidade e a segurança da população.”, explica a nota. O batalhão destacou, ainda, que segue em estado de atenção máxima, com reforço de patrulhamento nas principais vias de acesso — especialmente nas rodovias RJ-102, RJ-106 e RJ-140.
Transporte intermunicipal e serviços
Apesar da tensão na capital, os ônibus intermunicipais que ligam o Rio à Região dos Lagos seguem circulando, com eventuais atrasos pontuais devido à interdição temporária de trechos da Linha Amarela e da Avenida Brasil durante o início da operação. As linhas da 1001 e Autoviação Salineira informaram que o transporte continua ativo, com saídas reprogramadas conforme o fluxo das estradas.
O transporte de pacientes de Cabo Frio para o Rio de Janeiro foi suspenso nesta quarta-feira (29) devido à continuidade da operação policial que deixou 64 mortos e 81 presos na capital. De acordo com a Prefeitura de Cabo Frio, a decisão — que atinge o serviço de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e o deslocamento de ambulâncias municipais — foi tomada pela Secretaria de Saúde como medida de segurança para proteger pacientes e servidores diante dos confrontos registrados em diferentes regiões do Rio. Entre os afetados pela paralisação está Sibelly Barreto, moradora de Cabo Frio que utiliza o TFD desde 2021 para realizar tratamento médico especializado na capital.
Prefeitura do Rio mantém serviços em funcionamento
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que os serviços municipais continuam funcionando normalmente, mesmo após a operação. “A primeira mensagem que queria passar para vocês é que o Rio de Janeiro não pode e não vai ficar refém de criminosos que espalham medo pelas ruas da nossa cidade”, disse Paes. “Determinei a todos os órgãos municipais que mantivessem o funcionamento normal e que, obviamente, auxiliassem a população em caso de necessidade. O serviço do BRT, neste momento, está normalizado. Os serviços da prefeitura vão permanecer abertos até o fim do expediente.” De acordo com o prefeito, a cidade segue com escolas, unidades de saúde, BRT e repartições públicas abertas, e equipes da Guarda Municipal atuam em pontos estratégicos para garantir o fluxo de trânsito.
Orientações para moradores da Região dos Lagos
- Evite deslocamentos não essenciais entre a Região dos Lagos e a capital nas próximas 24 horas.
- Acompanhe os canais oficiais da Polícia Militar e das prefeituras locais para atualização sobre trânsito e transporte.
- Translados de saúde e universitários devem ser confirmados com antecedência junto às secretarias responsáveis.
- Emergências devem ser comunicadas pelos telefones 190 (PM) ou 193 (Bombeiros).
 
								 
						 
											

