Quando o tempo fecha, começa a preocupação do morador do Capão e de Cem Braças, em Armação dos Búzios. A iminência de uma chuva forte logo traz angústia pelos transtornos causados com o alagamento das ruas e casas, por causa do transbordo de um brejo que existe no bairro. Às vésperas do verão, quando os temporais são mais frequentes, a tensão aumenta. Mas as cenas de gente com água nos joelhos a cada tempestade pode estar com os dias contados, pois a obra de uma lagoa artificial, idealizada há cerca de 20 anos, está prestes a sair do papel, dando esperança de solução do problema.
Segundo o vice-prefeito e secretário municipal de Obras, Saneamento Básico e Drenagem, Miguel Pereira, as obras do ‘’piscinão” estão na etapa final, restando apenas a conclusão do trabalho de paisagismo. Segundo o secretário, a parte de escavação foi finalizada na última sexta-feira, dia 28, mas ainda não há uma data de inauguração. De todo modo, há otimismo em que a questão seja resolvida brevemente.
“O brejo vivia cheio, então quando chovia, com o acúmulo muito grande de água, ela transbordava, ia pra rua e gerava alagamento; batia a água no joelho, enfim o que era um transtorno total. Nós fizemos essa lagoa que tem aproximadamente 15 milhões de litros, com uma profundidade de dois metros. Se hoje você for de chinelo de dedos, amanhã você também vai poder ir de chinelo de dedos também, que toda água desse brejo que vivia acumulado, será filtrada, chegando até a lagoa, vislumbra.
O primeiro projeto para a “lagoa” do Capão é do ano de 2002, mas foi considerado insuficiente para comportar o volume de água da chuva. Quatro anos depois, o projeto foi redimensionado pelo arquiteto e então secretário municipal de Planejamento e Urbanismo Octavio Raja Gabaglia, mas não saiu do papel, só sendo retomado no atual governo.
O sistema terá o bombeamento da água que vai transbordar do piscinão para um valão, que fica três metros ao lado, mas não haverá mistura da água limpa da “lagoa” com o líquido sujo do valão, que atualmente recebe o despejo ilegal de esgoto de vários imóveis. A água pluvial misturada à do valão será bombeada até um depósito no Bambuzal e de lá para uma Central de Tratamento, em São José.
“Então, com certeza o risco de alagamento é zero vírgula zero. E todos os bueiros que estão fechados no Capão vão ser direcionados para essa lagoa limpa, com água limpa de chuva. O Capão hoje já tem saneamento básico, já podemos notificar as pessoas para poder ligar seus esgotos”, concluiu o secretário.