Debate sobre a vida e história de um dos maiores líderes do continente africano reuniu cerca de 200 pessoas em atividade virtual
A obra de um dos maiores líderes do continente africano, Amílcar Cabral, foi o tema da 8ª semana de atividade virtual da Jornada de Integração Cabo Frio –África. A programação reuniu, na segunda-feira (12), cerca de 200 pessoas, entre elas representantes da Secretaria de Educação, o prefeito, José Bonifácio, e o comandante Pedro Pires, primeiro chefe de governo em Cabo Verde, após a independência em 5 de julho de 1975. O encerramento da Jornada será no próximo sábado (17), com um encontro literário às 16h, nas redes sociais da Prefeitura de Cabo Frio.
Amílcar Cabral era revolucionário guineense que idealizou e pavimentou caminhos para a independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde. O poeta, político, agrônomo e teórico marxista foi assassinado em 1973. A discussão sobre Amílcar Cabral começou com a provocação do mediador do encontro, o coordenador da Jornada pela Secretaria de Educação, professor Adriano Vieira.
“Amílcar Cabral era uma liderança com o pensamento engajado voltado diretamente para a vida cotidiana, expressando um nacionalismo que contém uma estratégia de luta pela independência, ancorada na questão da cultura. E ressaltando as epistemologias africanas, ressignificando as ideias próprias dos saberes coloniais, entrelaçando-as com o passado africano anterior”, explicou.
A partir dessa reflexão, a palavra foi entregue aos participantes que debateram o tema de forma profunda com a participação ativa do comandante Pedro Pires, contemporâneo de Amílcar e que comemorou a proximidade entre Cabo Frio e Cabo Verde.
“Pelo menos para alguma coisa serviu a pandemia, é forçar-nos a utilizar mais os meios de comunicação modernos, ultrapassar as viagens e de uma forma prática e acessível nos conectar uns com os outros”, comentou.
Pedro Verona é atuante nas lutas políticas educacionais, pelos direitos humanos, das mulheres e na luta antirracista. Estudou na faculdade de Ciências de Lisboa, combatente pelas causas dos povos africanos, companheiro de luta ao lado de Amílcar, depois da independência de Cabo Verde, em 5 de julho de 1975. Ele chefiou o primeiro governo de Cabo Verde, como deputado eleito, e posteriormente foi eleito presidente daquele país em 2001, e reeleito em 2006. Atualmente se dedica à presidência da fundação Amílcar Cabral e do instituto Pedro Pires para lideranças.
O prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio também participou do encontro enquanto aguardava a homenagem que receberia logo em seguida, na Câmara Municipal de Caxias. Ele celebrou a participação de tão grandes personalidades na busca de integração com os países da África que falam português.
“A inclusão no currículo escolar da história e cultura de África é de grande importância. Estamos preparando na biblioteca de Cabo Frio uma estante em destaque, e vou ouvir a opinião dos gestores do local, para os livros africanos de língua portuguesa e aqueles que contam a história do continente”, explicou.
Estavam presentes ainda, a professora sênior de literaturas africanas de língua portuguesa e estudos comparados de língua portuguesa da Universidade de São Paulo, Simone Caputo Gomes; as professoras doutoras Vera Duarte e Carmen Lucia Tindó; o embaixador de Cabo Verde no Brasil, José Pedro Chantre e o Cônsul de Cabo Verde, Pedro Antònio Santos.
Aqueles professores que se inscreveram para participar do momento de debate e assinaram o formulário de presença, receberão certificação da Coordenadoria de Formação Continuada.
A íntegra do encontro está disponível em vídeo no Youtube e no Facebook da Prefeitura Municipal de Cabo Frio.