Data representa resistência, celebração e reforça pautas importantes do movimento
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Pessoas Intersexo) é comemorado nesta segunda-feira (28). A data não é apenas celebração, há também o objetivo de intensificar pautas e conscientizar a sociedade sobre a importância do combate à violência a estes grupos. Em contrapartida, pessoas da comunidade revidam as ações de LGBTQIA+fobia com arte, música e muita resistência.
“Celebrar o mês de junho não é só sobre celebrar o orgulho, é celebrar o amor. É o direito de existir, é o direito de se localizar politicamente na sociedade, é celebrar o direito e responsabilidade quanto cidadão. É celebrar e exigir o respeito”, comenta Phee Mabel, artista, diretor musical e um dos integrantes do grupo “As Bee”.
Phee Mabel nasceu em Búzios durante anos e, em 2019, se mudou para o Rio de Janeiro a convite da cantora Sandra de Sá para produzir e guiar seu grupo musical. Phee comenta que deixar a região que nasceu e frequentou foi necessário para o crescimento profissional.
“Me inserir nesse meio foi difícil, no contexto da Região dos Lagos em questão de público com ofertas de eventos e apresentações muito concorridas”, explica ele sobre o início da carreira.
Phee possui um corpo político sendo LGBT, negro e produtor de arte. Um artista com personalidade forte e que jamais perderia a essência do que é. Segundo ele, foi preciso trabalhar e estudar o dobro e ainda lidar com a frustração de ter que sair da cidade que nasceu para almejar o sonho.
“Foi difícil no meio do caminho uma bicha preta querer de cismar de cantar e se inserir no espaço da noite, no qual, existe muito conservadorismo. Búzios é uma cidade conservadora!”, relata Phee contando que seu trabalho era julgado de maneira deturpada.
A comunidade LGBTQIA+ luta diariamente para se inserir na sociedade. Este mês e este dia refletem nas lutas e a importância de abertura de portas para que as pessoas se sintam cada vez mais representadas.
“Hoje não submeto mais a estas situações. Quem tem um sonho de seguir por este caminho, ganhar espaço e comunicar arte siga o clichê de ‘não pare’, não desista, seja necessário nessa sociedade e nesse mundo. Cante, toque, pinte, produza, mas não desista. As dificuldades serão muitas, mas não pare”, incentivou Phee que encoraja outras pessoas da comunidade a não desistirem dos seus sonhos. Ele é referência para quem possui histórias iguais.
Ações em Cabo Frio
Apesar do contexto de pandemia, as ações pelo dia 28 não pararam. O movimento do Grupo Iguais de Cabo Frio realizou, na noite desse domingo (27), a pintura da faixa de pedestres com as cores da bandeira LGBTQIA+. Ao longo desta segunda, serão realizadas ações como estender um bandeirão e faixas na Ponte Feliciano Sodré, no Centro, e iluminações coloridas pela cidade.
Por que 28 de junho?
A data foi criada em recordação a Revolta de Stonewall, um protesto que aconteceu em 28 de junho de 1969, nos Estados Unidos. Alguns funcionários do bar “Stonewall Innn” foram presos, além de drags e transexuais que estavam no local. Dentre essas pessoas estava Marsha P Johnson, ativista nas lutas da visibilidade transexual. Segundo a história, foi ela que iniciou o protesto naquela noite.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves