Por Sandro Peixoto
O estado democrático se notabiliza pela total liberdade de ação dos indivíduos. Mas a democracia também tem seus limites. Senão, ela se perde (veja que contraditório) por excesso de democracia. E esses limites são para todos: para mim, para você e para o Juiz Sergio Moro. Mas ao que parece, Moro está se lixando para os limites da democracia e da justiça que jurou proteger. Anestesiado pela fama e alimentado pela confusa opinião pública, o juizeco de Curitiba demonstra uma profunda aversão ao estado de Direito. E tome a prender todo mundo. Todo mundo não. Só quem interessa. Só as pessoas ligadas de alguma forma ao PT, e aos ex-presidentes Lula e Dilma.
Moro, protegido pela grande mídia, pela parte podre do Ministério Público Federal e por um acovardado STJ se mostra um títere e fica tudo por isso mesmo. Se nos Estados Unidos (Ah! como os coxinhas adoram elogiar os estados Unidos) um juiz de primeira instância ousasse grampear um presidente em seu pleno exercício de função e depois divulgasse conversas do mesmo na mídia seria preso imediatamente. Esse tipo de delito, de crime (Moro atualmente é um criminoso) não se permite em democracias maduras. Em países sérios. Acontece aqui onde a direita raivosa, com saudades dos milicos e com cacoete de fascismo ainda acredita que, em nome do combate ao crime, o estado pode ser ele, também um criminoso.
Não pode. Não deve. Não é apropriado. Ao mandar prender um blogueiro que jamais se recusou a prestar depoimento, pior, que estava com a data do depoimento marcado para os próximos dias, o juiz Sergio Moro agiu fora da lei. Tal qual fez com o ex-presidente Lula, quando determinou sua condução coercitiva sendo que Lula jamais se negou a dar depoimento a quem quer que seja, e nem sequer havia sido notificado. O Juiz Sérgio Moro sabe que é um fora da lei. E se for prender todas as pessoas com base em suas opiniões sobre seus atos, o juizeco baterá o recorde mundial de prisões arbitrárias. Você que hoje aplaude os abusos do títere de Curitiba fique atento. Ele está criando um padrão. Amanhã poderá ser você a vítima, e, portanto, cuidado com o ditador que você apoia hoje.
Até seu mais ferrenho adversário merece uma justiça imparcial. Merece um tratamento justo e republicano até que seja comprovado seus delitos e estipulada sua pena. Não podemos condenar antes. Condenar a pessoa pelo que é (político) e não pelo que fez. Um processo judicial para ser isento tem que respeitar todos seus trâmites, sua ordem e forma. Não podemos atropelar os trâmites, negar o pleno direito à defesa. A justiça existe não para punir e sim, para civilizar as sociedades. Se é apenas para punir, melhor deixar nas mãos da horda.
Já sabemos aonde isso vai dar…
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