O nome dele é Vitor Pessanha, 40 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes, reside em Búzios desde os 9 anos. Aos 14 anos chegou no recém-inaugurado clube de golfe de Búzios, uma das iniciativas visionárias do Grupo Modiano, e começou uma história, que seria a dele e também a do próprio golfe na cidade. O campo, projetado pelos mestres Pete e Perry Dye, foi inaugurado em março de 1996. Vitor chegou no mês seguinte.
“Meu acesso ao golfe se deu como o da maioria dos garotos da América Latina, procurando trabalho como caddie, uma oportunidade de aprender”, lembra.
O caddie é o acompanhante do jogador. Ele que ajuda com o equipamento, dá opiniões sobre a próxima jogada, analisa o vento e sugere qual taco usar. E assim Vitor, que desde a infância é morador do bairro Rasa, começou no ofício. Ele explica que o campo é sempre aberto as segundas-feiras para os caddies, que é onde o clube pode identificar os talentos para o golfe, quem se destaca.
“Junto com talento e dedicação nasce os profissionais do golfe”, afirma.
É claro que Vitor é um desses exemplos dos garotos que se destacam, e depois passou a caddie mestre, até que em 2002 fez a prova para tornar-se um profissional, e passou a ser instrutor de golfe no clube com apenas 20 anos.
“Uma das coisas que busquei fazer foi o curso de inglês. Essencial, não apenas para me comunicar com os sócios e visitantes, já que muitos são estrangeiros, mas para poder estudar e me aprimorar. Porque a boa literatura do golfe está quase que toda em inglês ainda.”, lembra o esforço recompensador que teve.
Hoje casado, pai de duas meninas, Vitor está no centro da mudança pela qual o investimento no esporte passou quando o clube foi incorporado ao bairro planejado Aretê Búzios, onde é história, mas também peça chave dos novos tempos.
Prensa de Babel: Você optou por seguir na carreira como instrutor, se aprimorando, e com sua história se confundindo com a do campo de Búzios. Essa nova fase, a do Golfe Clube Aretê, onde a marca Aretê se une a do Grupo Modiano, o que isso representa para o campo e para a prática do golfe na cidade?
Vitor Pessanha: É crucial. A união com o Aretê, foi uma virada de chave para o campo e para todos que trabalham aqui também.
Prensa: Mas em que sentido?
Vitor: Com essa fusão, chegou investimentos no campo que reflete no trabalho: maquinário próprio, equipamentos novos, sistema moderno de irrigação automatizado. Os lagos, por exemplo, eram alimentados apenas pela água da chuva. Hoje temos esse sistema de água de reuso, que já ganhou até prêmio de sustentabilidade. Alguns buracos foram redesenhados, com aval dos arquitetos que projetaram o campo. Mas também é muito importante o fato de que, conforme o empreendimento se desenvolve ao redor, isso alavanca o número de participantes, dá uma garantia de manutenção do campo e também de desenvolvimento do esporte para as próximas gerações em Búzios, o que reflete, na minha opinião, na cidade.
Prensa: Como acha que se reflete na cidade?
Vitor: Para além da importância internacional do golfe que já é um atrativo turístico internacional, o bairro Aretê crescendo, gera mais empregos. Já está gerando. Também a via principal da cidade sendo restruturada, de certa forma, pelo empreendimento estar aqui. Estou desde o início acompanhando essa mudança, são sonhos sendo realizados.
Prensa: Você falou sobre turismo. Para você esse campo de golfe impacta, ou deveria, diretamente no nível do turismo em Búzios?
Vitor: Sim. O Campo de golfe é um dos carros chefes do empreendimento e o que acaba agregando importância ao turismo, não só internacional, como também nacional. Há sócios que tem casa aqui, mas há o que vem aqui só para jogar golfe, e também os que estão hospedados na cidade porque além de tudo que Búzios oferece, tem também um campo de golfe, e um dos melhores. Acredito que isso impacta mesmo na questão socioeconômico da cidade também, todo mundo se beneficia de alguma forma.
Prensa: Quando você adolescente chegou buscando uma oportunidade de emprego, imaginava tudo isso?
Vitor: Realmente eu não tinha noção, que um dia eu ia conhecer um campo de golfe e trabalhar. Foi uma mudança que tive na vida, uma oportunidade que tive e fui adiante. Aqui conquistei tudo que tenho, aprendi muito também. Cheguei com 14 anos e hoje tenho 40, passei mais tempo aqui dentro que em qualquer outro lugar, e tem todos os princípios e o que vamos aprendendo, as amizades que fazemos. Isso acaba nos ajudando na bagagem, de experiência para a vida como um todo. Olhando para trás foi legal, muito legal. Estou feliz e fazendo planos.
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