Pular para o conteúdo
Search

GAY (1)A recente decisão proferida pelo Juízo da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal que decidiu “ (…) sem suspender os efeitos da Resolução nº 001/1990, determinar ao Conselho Federal de Psicologia que não a interprete de modo a impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia por parte do C.F.P (…)” representa um retrocesso no que diz respeito à conquista dos direitos humanos pela população LGBTI no Brasil.

Claramente, a decisão se apresenta em desacordo com o direito internacional e, efetivamente, em contradição com a própria posição do Brasil no sistema internacional dos direitos humanos. Ora, se o Brasil integra o Sistema das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde decidiu retirar a homossexualidade do catálogo internacional de doenças em 1990, como se justifica a restrição da interpretação de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (Resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia e não “Resolução nº 001/1990”) que segue as diretrizes da Organização das Nações Unidas? A que “plena liberdade científica” se refere o juízo? Estudar e tratar o que não é doença como se doença fosse?

O conservadorismo e o fundamentalismo religioso avançam em larga escala no Brasil, ora impedindo o reconhecimento de direitos, ora suprimindo os direitos já existentes. Não à toa, os projetos de lei que têm por objetivo garantir direitos humanos mínimos à população LGBTI tramitam sem possibilidade de análise e aprovação (a título de exemplo o Projeto de Lei 8032/14, da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que estende a pessoas transexuais e transgêneros a proteção da Lei Maria da Penha (11.340/06)e o Projeto de Lei (PL) 5.002/2013- Lei João W. Nery que dispõe sobre a identidade de gênero e afirma o direito ao seu reconhecimento).

A LGBTfobia torna o Brasil líder em recordes de assassinatos de pessoas relacionadas à diversidade de gênero e sexual no mundo. Dados de ONGs nacionais e internacionais suprem a falta de ausência de contabilização desses homicídios pelo Estado, na medida em que não são criadas estatísticas oficiais nem políticas públicas de enfrentamento a esta forma de violência. A culpa não é da vítima por ser travesti, transexual ou lésbica, ou bissexual, ou gay. A culpa é de quem comete o crime por ódio, por intolerância e não reconhecimento do outro.

O que deve ser alvo de tratamento e cura, portanto, é a LGBTfobia que se estrutura na ignorância e falta de políticas públicas de educação em diversidade sexual e de gênero,  assim como em cidadania e direitos humanos. A falta de amor ao próximo e reconhecimento deste como sujeito de direitos deve ser tratada pelo Estado, por políticas públicas de educação e com previsão legal expressa para crimes de ódio baseados em intolerância à diversidade sexual e de gênero. O amor não precisa de tratamento.

Henrique Rabello de Carvalho

 

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

Matérias Relacionadas

Tawa Beach Club promete fim de semana repleto de atrações musicais e gastronômicas

Acúmulo de lixo em Itaipava ameaça saúde pública e economia local

Exposição celebra 200 anos da imigração alemã no Brasil

Maricá realiza 1º Seminário de Fotografia “Ampliando Olhares”

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Receba nossa Newsletter!

Poxa você já está indo? Bem que você, poderia ficar mais um pouco!

Se precisar mesmo ir, não deixe de assinar nossa Newsletter. Todo dia enviamos nossas notícias diretamente no seu e-mail, você fica informado sobre tudo em primeira mão.

Receba nossa Newsletter!

Ahh outra coisa, ao assinar, acesse seu e-mail e confirme que deseja receber nossa newsletter.