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Aos olhos do opressor, é tudo preto

No final de 2018, escrevi sobre a existência afro-bege e como esse discurso pode causar incômodo e separações dentro do movimento. De lá para cá, não vimos muita evolução na luta. Ainda existe muita gente com o discurso de divisão por quem sofre mais, enquanto o opressor continua fazendo com que todos nós continuemos sofrendo.

Seguimos sendo maioria encarcerada, somos em maior número nas mortes violentas. As mulheres pretas são as que mais sofrem com violência obstétrica. Temos os menores salários. A pele alva não poupa a pele alvo em nada, seja ela retinta ou mais clara. 

O colorismo não deve ser reduzido aos poucos caracteres do Twitter. Quem pode ou não usar tranças não pode tomar mais proporção que uma pedagoga negra agredida fisicamente pela polícia. Ao longo do tempo, demos tanta visibilidade a coisas fúteis que a violência real fica em segundo plano, a não ser que seja um fato internacional. Quem ganha com isso? A branquitude, que segue com o mesmo o comportamento, sabendo que logo vai ser esquecido pois aprofundar questões e discussões requer estudos e disposição para argumentar. A tática de separação continua não só funcionando, mas nos enfraquecendo.

Primeiro: eu quero homens pretos vivos. Depois, poderíamos discutir sobre a problemática da preferência por mulheres brancas, mas ainda não chegamos nessa fase da luta, estamos MUITO longe dela. Estamos na fase de que um preto é questionado por sofrer racismo. O preto não deixa de ser alvo por ter dinheiro ou por não se reconhecer. Questionar a violência sofrida é enfraquecer um preto no momento mais vulnerável e dar munição para que o comportamento continue sendo replicado por aí.

Não é confiar cegamente em uma pessoa só por ela ser preta, mas porque desconfiamos primeiramente desta pessoa. Assuntos brancos são tratados no nosso meio enquanto irmãos morrem isolados e desacreditados. Eu como negra de pele clara reconheço meu lugar de fala e meus privilégios, que mesmo sendo poucos, existem. Porém, aos olhos do branco somos todos iguais, e em para a maioria, deveríamos nos manter em silêncio, na mesma posição de serviçais.

*Talytha Selezia é artista e integrante do Coletivo Ímpar

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